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2022: Cachoeiro será um canteiro de obras, afirma prefeito

Preocupado ainda com a pandemia, mas esperançoso com os resultados que a vacinação vem apresentando, Victor disse que sua intenção é transformar Cachoeiro num verdadeiro canteiro de obras.

Por: Redação em 25 de janeiro de 2022

 

O prefeito de Cachoeiro de Itapemirim, Victor Coelho, recebeu a revista Leia em seu gabinete para uma entrevista e para falar sobre os projetos para o ano que se inicia. Preocupado ainda com a pandemia, mas esperançoso com os resultados que a vacinação vem apresentando, Victor disse que sua intenção é transformar Cachoeiro num verdadeiro canteiro de obras, levando melhorias para as áreas mais carentes e também na parte central da cidade.

Mais um ano se inicia. O que o prefeito entende como mais urgente para ser realizado em Cachoeiro em 2022?

Continuamos no cenário de pandemia. Ela ainda não acabou. Temos que manter os cuidados e avançar com a vacinação. Por isso, continuar cuidando das pessoas. Mas também pensar em obras e investimentos para melhoria dos serviços. Queremos transformar Cachoeiro em um canteiro de obras. Será um ano desafiador, de retomada.

Olhando para Cachoeiro desde que assumiu a prefeitura até hoje, o que mudou?

Cachoeiro é uma cidade que não foi planejada e que por mais que um prefeito tenha oito anos de mandato, não vai mudar a história se não tiver continuidade. Me propus fazer uma mudança de concepção administrativa. Acredito que a população entendeu e me deu a oportunidade de estar prefeito por duas vezes. Estamos construindo esse novo jeito administrativo. Alguns indicadores mostram que estamos no caminho certo. Cinco anos consecutivos nota A em gestão fiscal; estamos em primeiro lugar no Estado e décimo segundo no Brasil no índice de Governança Municipal; décimo terceiro no país no ranking de dispensa de alvarás e licenças pelo Ministério da Economia; segundo lugar no Estado e trigésimo no Brasil no ranking da transparência pelo Tribunal de Contas da União; e havia herdado um orçamento de R$ 403 milhões da prefeitura e, ano passado, votamos o orçamento de R$ 810 milhões. Em cinco anos dobramos o orçamento do município. Estamos no caminho certo e queremos colocar Cachoeiro liderando o processo de desenvolvimento do Sul do Estado.

Burocracia é um termo que assombra quem quer investir em qualquer lugar no Brasil. Em Cachoeiro, quais foram as ações para desburocratizar a máquina e facilitar a vida dos empreendedores?

A primeira coisa é que cidade inteligente não precisa ser tecnológica. Ela usa da tecnologia para melhorar a vida das pessoas. Começamos a fazer muitos investimentos na área de tecnologia, pensando nos serviços que serão prestados. Fibra óticas nas escolas, nas unidades de saúde, equipar as unidades de saúde com novos equipamentos, para implantar o prontuário eletrônico. Estamos preparando a base, desde a instalação adequada de hardware. Temos mais de 30 pontos de wi-fi atualmente, mas queremos ter mais de 100 e estamos trabalhando para isso. Estamos conversando com a empresa de transporte coletivo para instalar wi-fi dentro dos ônibus. A gente proporcionar através da tecnologia a melhoria na vida dos cidadãos.

Cidade Inteligente é um termo que o prefeito tem perseguido. Quais foram os avanços nessa área? O que deu para ser feito e colocar Cachoeiro no rumo para se tornar uma smart city?

Essa é uma preocupação nossa, desde o início. No começo do primeiro mandato criamos a comissão de desburocratização para trabalhar em cima dessa questão. Através dela, identificamos várias atividades que poderiam ser classificadas como baixo impacto. Hoje, temos mais de 500 atividades que não precisam de alvará. O PDM precisou ser revisado. Uma questão também foi as cervejarias artesanais. Atualmente, em qualquer lugar pode instalar uma cervejaria, e antes não era assim. Isso incentiva e impulsiona negócios diversificados. Fizemos todo processo de digitalização. Estamos caminhando para ser uma prefeitura sem papel. Isso dá agilidade e celeridade nos processos administrativos.

Todos esses anos sem escândalos no governo, né?!

Entrei na política com esse objetivo: trabalhar. Não é para sujar meu nome. Tenho um nome, família, empresa, amigos a zelar. Não é por estar em uma função pública que vou deixar sujar meu nome. Até o momento, nenhum processo de improbidade administrativa. Isso mostra que estamos fazendo o que é correto e vamos continuar nesse caminho.

Esse é um ano eleitoral. O prefeito vai manifestar posição, como fez nas últimas eleições?

Me posiciono em apoio ao governador Renato Casagrande, não por estar no mesmo partido, mas pela pessoa e gestor que é e pelo trabalho que tem realizado pelo Estado do Espírito Santo. Tem feito muitas entregas, nos 78 municípios. A gente quer que isso dê continuidade. Em nível nacional tenho a minha posição de eleitor. Não vou me manifestar para A ou B.

A gente sabe que existem vereadores em Cachoeiro que são anti vacina e que tentaram furar todos os bloqueios estabelecidos pelo poder público durante o pico da pandemia. Como lidar com essa situação?

Quando a gente trabalha de forma unificada, está todo mundo junto, dentro do mesmo barco. Se cada um remar para um lado, não vai para direção nenhuma. Estamos enfrentando uma pandemia que ninguém nunca enfrentou. É tudo muito novo para todo mundo: para médicos, a ciência, gestores. Naquele primeiro momento, quando foi preciso fechar o comércio, todo mundo elogiou. Mas com o passar da pandemia, o lado econômico começou a pesar mais e gerar insatisfação, realmente. Tudo o que foi preciso ser feito, funcionou. Nenhum capixaba ficou sem atendimento, não houve colapso. Só que no âmbito nacional, existe um debate ideológico que diverge.

Para mim, o Governo Federal deveria ter liderado esse processo, para colocar todo mundo em um caminho só. E aí, muita coisa vira populismo, mais do que buscar solucionar problemas. Se todo mundo tivesse o mesmo pensamento, de acreditar que a ciência está trabalhando para salvar vidas, isso está se demonstrando através da vacina, teríamos ultrapassado, talvez, de maneira mais rápida. Estou aqui para cumprir o meu papel de gestor, sem me preocupar com essas questões políticas.

A maior enchente de Cachoeiro completa dois anos no próximo dia 25. Quais são as suas principais recordações?

O que mais me marcou foi o espírito solidário. Gostei muito de ver o comportamento dos cachoeirenses nesse momento de crise. A cidade inteira se uniu em torno do propósito de sair desse problema. Tivemos muita ajuda voluntária e seis dias depois estávamos com a cidade praticamente reorganizada. Aquele cenário de guerra não existia mais. Pessoas de todos os lugares chegavam no centro da cidade para se colocar à disposição de resolver. Isso foi o que mais me marcou.

É possível fazer algo para evitar que algo assim aconteça de novo?

A gente tem trabalhado com a Agencia de Águas e Recursos Hídricos para monitoramento do Rio Itapemirim. Fizemos parceria com as hidrelétricas, para receber quase em tempo real o volume de água. É preciso que todos os municípios que compõem a bacia façam sua parte também. Só Cachoeiro não resolve. A gente vai conviver com enchente o resto da vida. Não existe projeto milagroso que vai resolver de uma hora para outra. Não dá para fazer uma transposição do rio. Eu moro na beira do rio há 50 anos. Sei como é. O que precisamos é alertar cada vez mais rápido às pessoas, quando houver risco.

Então, esse ano será de investimentos em obras de infraestrutura? E o Parque de Exposições e a Ilha da Luz, também passarão por intervenções?

Temos um pacote de R$ 85 milhões em investimentos. Estamos priorizando esse recurso para obras de infraestrutura nos bairros. Vamos atender quem mais precisa. E aí temos algumas obras que precisam de contrapartida, como a reforma do Parque de Exposições e na Ilha da Luz. Na exposição, onde existiam três pavilhões, vão se tornar apenas um, grande, com cerca de 10 mil metros quadrados. Vamos fazendo por partes. A ideia é ter um Centro de Convenções para três mil pessoas no futuro. Na Ilha da Luz, a ideia é fazer uma área de lazer para todos os moradores, em uma área central. Um parque urbano. Devolver aquela área para uso das famílias. Se Deus quiser, até o final desse ano, teremos o parque pronto para a cidade.