Cotidiano
8 livros para ler em abril e sonhar, repensar ou encarar a realidade
Mas para quem quer encarar a realidade de frente, também há lançamentos nas livrarias neste mês. A prolífica carreira da filósofa Sueli Carneiro ganha biografia exaltando sua contribuição para a luta do movimento negro e feminista brasileiro.
Por: Redação em 5 de abril de 2021
O que você faria se pudesse se desligar da mísera realidade que a humanidade se encontra e viver em um ambiente virtual, no qual você tem pleno controle do seu corpo e da narrativa da sua vida? No segundo volume da série Jogador Número 1, uma das novidades que chegará às livrarias em abril, os leitores conhecerão uma versão ainda mais completa e viciante da tecnologia OASIS, capaz de pôr em risco toda a humanidade.
Bem mais rudimentares, os nossos sonhos também são capazes de nos tirar momentaneamente da realidade — ou de nos revelá-la. A relação entre o mundo onírico e o nosso dia a dia pandêmico virou tema de estudo de algumas das principais universidades do Brasil e, agora, será abordada nas páginas da obra Sonhos confinados.
Quebrando paradigmas, obras de ficção e não ficção sobre a comunidade LGBTQI+ também buscam dar um basta na discriminação e pregar o amor (prório e ao outro).
Para abril, selecionamos oito livros que podem ajudar você a desbravar novos mundos ou entender este em que vivemos. Confira:
1. Trans: Histórias reais que ajudam a entender a vida das pessoas transexuais desde a infância, de Bruno Della Latta e Renata Ceribelli
Nesta obra, os jornalistas Renata Ceribelli e Bruno Della Latta revisitam as histórias apresentadas pela série jornalística Quem sou eu?, veiculada em 2017 no Fantástico e vencedora do prêmio Vladimir Herzog. Relatos inéditos também integram o livro, que busca dar visibilidade à discriminição contra a população trans. Com prefácio de Bárbara Aires, travesti e consultora de gênero e diversidade, a publicação será lançada no dia 10 de abril.
2. Sonhos confinados: O que sonham os brasileiros em tempos de pandemia, vários autores
“Fomos dormir em um mundo, acordamos em outro.” Assim resumem os psicanalistas da Universidade de São Paulo (USP) e das universidades federais do Rio Grande do Sul (UFRGS) e de Minas Gerais (UFMG) que coordenaram um estudo que se concentrou em coletar, registrar e escutar sonhos durante a pandemia. Afinal, o que essas experiências subjetivas dizem sobre o momento traumático que temos enfrentado? É o que analisam os especialistas neste livro que pode nos ajudar a elaborar aquilo que nos escapa.
3. Maconha: os diversos aspectos, da história ao uso, organizado por Luciana Saddi e Maria de Lurdes S. Zemel
Para abordar um tema que gera tantas discussões e está cercado de preconceito, as psicanalistas Luciana Saddi e Maria de Lurdes S. Zemel reuniram textos que informam de forma clara e acessível o que a ciência sabe sobre a maconha. Dando uma visão geral sobre os usos da planta ao longo da história, seus efeitos e potencial terapêutico, as autoras esperam que o leitor forme sua própria opinião sobre o assunto, baseando-se em dados confiáveis.
4. Aqui Quem Fala é Albert Einstein, de R.J. Gadney
Em 14 de março de 1954, uma jovem estudante liga para o número errado e acaba engatando uma conversa com um dos cientistas mais renomados do mundo: Albert Einstein. A partir desse feliz incidente, o romance escrito pelo pintor e acadêmico R.J. Gadney apresenta a vida e visão de mundo deste gênio do século 20. A obra mistura ficção com trechos factuais, discursos, fotografias e cartas de Einstein, mostrando uma nova face do criador da Teoria da Relatividade.
5. Continuo preta: a vida de Sueli Carneiro, de Bianca Santana
Com mais de quatro décadas de carreira acadêmica, a célebre filósofa e ativista antirracista Sueli Carneiro se tornou objeto da biografia escrita pela jornalista Bianca Santana, um dos expoentes do feminismo negro brasileiro. Como mostra o livro, que será lançado em 23 de abril, a trajetória da intelectual atravessa a história da redemocratização do Brasil e a luta das mulheres negras no país, servindo como uma preciosa fonte de inspiração para as futuras gerações.
6. Como produzir textos acadêmicos e científicos, de Ada Magaly Matias Brasileiro
Precisa escrever um artigo e não sabe por onde começar? Organizar e expressar as ideias é uma das maiores dificuldades de quem está ingressando no ensino superior e quer se dedicar à pesquisa. Pensando nisso, Ada Magaly Matias Brasileiro, professora adjunta da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), em Minas Gerais, escreveu este guia que explica de forma didática todos os detalhes de — nada mais, nada menos — 27 gêneros acadêmico-científicos, como artigos, projetos de pesquisa e relatórios.
7. A palavra que resta, de Stênio Gardel (Companhia das Letras, 160 páginas, R$54,90)
Analfabeto, Raimundo guardou uma carta de amor por 50 anos sem nunca poder lê-la. Aos 71 anos de idade, resolveu se alfabetizar para, enfim, descobrir quais foram as últimas palavras de Cícero, amor de juventude que partiu sem deixar pistas depois que o relacionamento entre os dois foi descoberto. Essa é a história que o cearense Stênio Gardel irá contar em seu romance de estreia, que será lançado em 19 de abril.
O enredo é inspirado pelas vivências do próprio autor, que, em seu trabalho como funcionário do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), conviveu com muitas pessoas que não tiveram a oportunidade de aprender a ler e escrever. Assim como Raimundo, Gardel também é homossexual. “Questões como aceitação e o processo de se encontrar homossexual igualmente integram a trama”, disse Gardel em entrevista ao Diário do Nordeste.
8. Jogador número 2, de Ernest Cline
Em 26 de abril, fãs do best-seller Jogador Número Um finalmente ganharão uma sequência. No novo livro, o protagonista Wade Watts descobre uma nova tecnologia capaz de alterar a natureza humana e pôr em risco o destino do mundo inteiro: a Interface Neural OASIS (INO). Ao permitir que os jogadores tenham controle sobre os cinco sentidos e gravem memórias no ambiente virtual, a ferramenta faz com que eles se viciem ainda mais, distanciando-os da realidade miserável em que a humanidade vive. Um adaptação da obra para os cinemas já foi confirmada e será roteirizada pelo próprio Ernest Cline.
Fonte: https://revistagalileu.globo.com/