Economia

Como a chegada do WhatsApp Pay ajuda bandeiras a sobreviverem ao PIX

De acordo com o Banco Central, a autorização foi dada a dois arranjos de pagamento “classificados como abertos de transferência, de depósito e pré-pago, domésticos, instituídos pelos sistemas de pagamento Visa e Mastercard”.

Por: Redação em 5 de maio de 2021

 

Nesta terça-feira, 4, o Facebook Pagamentos do Brasil Ltda recebeu autorização do Banco Central para funcionar como um iniciador de pagamentos para transferências entre pessoas físicas. Este é mais um passo do país rumo a um modelo que já faz parte do dia a dia de países como a China, onde praticamente não se usa dinheiro em espécie e as pessoas realizam transações por meio da rede social WeChat e do sistema de pagamentos AliPay.

De acordo com o Banco Central, a autorização foi dada a dois arranjos de pagamento “classificados como abertos de transferência, de depósito e pré-pago, domésticos, instituídos pelos sistemas de pagamento Visa e Mastercard”. Para as bandeiras de cartões, esta é mais uma oportunidade de oferecer novos serviços como sistemas de transferência digital e soluções de segurança para bancos e emissores em um momento em que enfrentam maior concorrência por meio do PIX e o surgimento de novas soluções de pagamentos online como as criptomoedas.

“Estamos vendendo essas soluções e as incluindo para os parceiros do ecossistema para eles oferecerem opções mais seguras para os seus clientes”, diz Juliano Manrique, diretor executivo de Soluções da Visa do Brasil que conduziu o trabalho dentro da empresa. Após a iniciação da transação pelo Facebook Pagamentos, o modelo é operado pela Cielo, que faz a conexão com as bandeiras. No caso da Visa, a movimentação de envio e retirada de fundos é feita pela plataforma Visa Direct, que por sua vez conta com uma ferramenta chamada Token para garantir a segurança dos usuários. Ela criptografa os dados do cartão de forma que, caso o celular seja perdido ou roubado, não seja possível acessar os dados do cartão. “Nossa expectativa é trazer inovação dentro de um canal onde todo mundo está e de maneira segura”, diz Manrique.

A autorização do Banco Central abre as portas de uma mina de ouro tanto para as bandeiras de cartões quanto para o WhatsApp, que tem no Brasil mais de 120 milhões de usuários — segundo maior mercado depois da Índia, que possui mais de 400 milhões de usuários. Atualmente gratuito e disponível apenas para transferências entre pessoas físicas, a ideia é ampliar a ferramenta no futuro para pagamento de compras de bens ou serviços.

Neste momento, o sistema funcionará apenas com transações domésticas entre números brasileiros e somente com cartões de débito e pré-pagos da bandeira Visa e Mastercard. O limite é de envio de 1.000 reais por transação e recebimento de 20 transações por dia. O limite mensal é de 5.000 reais por mês e os bancos parceiros podem reduzi-lo segundo seus próprios critérios. A funcionalidade está apta para os clientes do Banco do Brasil, do Bradesco, da Next, Woop Sicredi, Mercado Pago e Nubank. Tecnicamente também já é possível realizar transações de crédito, mas quando este sistema será implementado é uma decisão que cabe ao Facebook.

Como funciona

Uma vez habilitada a função pagamentos no WhatsApp, o aplicativo solicita a inserção do número do cartão. O Token gerado deste cartão, exclusivo para cada dispositivo, se conecta com o aplicativo do banco e ele, por sua vez, pede a confirmação do usuário. Após a confirmação, o dado é inserido no WhatsApp. Toda vez que se quer realizar uma transferência, o aplicativo pergunta o cartão que será usado e solicita a senha ou a biometria já usada no celular.

Sobre a potencialidade da ferramenta, a Visa realizou uma pesquisa com seus usuários de cartões na qual 79% revelou que tem interesse em utilizar o WhatsApp como meio de transferência rápida.

 

Fonte: Como a chegada do WhatsApp Pay ajuda bandeiras a sobreviverem ao PIX | VEJA (abril.com.br)