Crônicas

A revolução do século

Desde 1997 acompanho a evolução do movimento de idosos lutando por seus direitos, das primeiras conferências à promulgação do Estatuto da Pessoa Idosa em 2003, da criação dos Conselhos de Direitos da Pessoa Idosa e participação efetiva da referida população.

Por: Marilene Depes em 27 de outubro de 2025

Desde 1997 acompanho a evolução do movimento de idosos lutando por seus direitos, das primeiras conferências à promulgação do Estatuto da Pessoa Idosa em 2003, da criação dos Conselhos de Direitos da Pessoa Idosa e participação efetiva da referida população. Acompanho o envolvimento do Ministério Público, com Promotores empenhados nas questões que envolvem a causa. Sou testemunha das melhorias das casas de acolhimento, em que as atuais Instituições de Longa Permanência superaram todas as mazelas das antigas instituições asilares do século passado.
E o mais relevante é observar, através das Conferências, o crescimento dessa população em percentual de qualidade. Participei das últimas e pude observar o quanto os idosos estão empenhados na luta política e social por seus direitos. Na semana passada, em 3 dias de trabalho intenso, representantes de 75 Municípios discutiram direitos e melhorias que serão encaminhadas aos governantes. A participação foi efetiva, com uma média de 300 pessoas, 80% idosos.
O Espírito Santo hoje é o 6º Estado brasileiro em longevidade e atingir tal patamar configura que envelhecimento não é risco e sim conquista. E a busca por direitos só confirma que, para ter argumento de defesa tem que ter conhecimento, e para adquiri-lo é necessário estar a par das normas legais de proteção, como o Estatuto da Pessoa Idosa, se inserir nos Conselhos e participar de Fóruns e Conferências. Ainda que se viva 100 anos, sempre tem o que se aprender, e envelhecer com saúde e desfrutando de garantias e direitos é resultado de muita luta.
Segundo Marcelo Salgado, “nascer é uma probabilidade, viver é um risco e envelhecer é um privilégio”. Muito me alegra fazer parte dessa história de lutas e vitórias, de um envelhecimento com perspectiva de atividade, saúde, comprometimento, conhecimento e participação. A população idosa se fortifica para a revolução do século, quantitativa e qualitativamente, na previsão de que até 2050, com a evolução da medicina e da qualidade de vida, ela vai superar as demais faixas etárias.