Crônicas

Escritora sem DNA

E qual é o meu DNA? Considerando que esclarecimentos não são justificativas, não sou uma escritura de cultura erudita, e sim uma relatora do cotidiano.

Por: Marilene Depes em 28 de novembro de 2025

 

Em um evento comunico que estou chegando a mil crônicas, escritas e publicadas. E recebo uma informação intrigante – que os meus escritos não possuem DNA. Fui pesquisar o que seria esse DNA e encontrei o seguinte: “Estilo ou identidade pessoal inconfundível, ou no sentido metafórico, se refere à essência, característica central ou conjunto de valores de alguém”.

Me reporto aos meus colegas escritores, com o objetivo de encontrar o DNA de cada um e não tive dificuldade: Wilson Depes escreve sobre política e temas referentes a advocacia; Sérgio Damião sobre medicina, família e amor à natureza; Regina Monteiro fala de pessoas e fatos sociais; Higner Mansur sobre a história dos personagens cachoeirenses e reporta textos da sua vasta literatura; Paulinha Garruth defende as mulheres e não teme se expor; Felipe Bezerra se declara um malandro carioca transportado ao interior; Solimar Soares escreve sobre justiça; Luciene Carla divulga seu compromisso com a causa antirracista; Padre José Carlos escreve sobre temas de fundo psicológico; Wagner Medeiros é um grande pesquisador da nossa história; Basílio Machado e Ilauro Oliveira são jornalistas políticos. Cachoeiro possui hoje uma gama enorme de escritores, publicando livros, e se inserindo na Academia Cachoeirense de Letras. Sou capaz de reconhecê-los ao ler seus escritos, pelo menos os acima citados e que encontro frequentemente na mídia.

E qual é o meu DNA? Considerando que esclarecimentos não são justificativas, não sou uma escritura de cultura erudita, e sim uma relatora do cotidiano. Só que meu cotidiano é muito vasto – me reporto a minha infância no interior; ao trabalho em várias áreas: na educação, assistência social e como empresária e gerontóloga; na Igreja; na Comunidade; nos Conselhos de Direitos Humanos, da Cultura, dos Direitos da Mulher e dos Direitos da Pessoa Idosa; na Academia Cachoeirense de Letras; na Diretoria do Caçadores Carnavalesco Clube; na defesa à natureza; no amor por Cachoeiro e Marataízes e na paixão pela família e por Ronaldo. E mais 80 anos de estrada.

Sou uma mulher fascinada pela vida, cristã, feminista, defensora dos direitos humanos e da natureza, tudo implícito nos meus escritos, que possuem sim o meu DNA.