Artigo
Estupro
É a prática sexual sob violência. Suas maiores vítimas: crianças e mulheres. Os principais agressores: os homens. Dias atrás, recebi mensagem em WhatsApp, mensagem aparentemente inocente, uma piada de brasileiro.
Por: Sergio Damião em 1 de dezembro de 2020
É a prática sexual sob violência. Suas maiores vítimas: crianças e mulheres. Os principais agressores: os homens. Dias atrás, recebi mensagem em WhatsApp, mensagem aparentemente inocente, uma piada de brasileiro. Achei engraçado. Sorri. Pensei em compartilhar. Mas, refleti e lembrei-me do julgamento da Mariana Ferrer, como foi maltratada por Juiz, Advogado e Promotor após denunciar um estupro. Desisti da ideia. Apaguei a mensagem. Tratava-se de mais um vídeo machista. Interessante, pois, o amigo responsável pela mensagem aparentemente inocente, dias antes enviara um vídeo contando a história da música e filme de Love Story. Os 50 anos do casal: Ryan O’Neil e Ali MacGraw. No dia em que recebi o vídeo com a piada de brasileiro, coisas subliminares para as atitudes machistas e preconceituosas, algo para revermos urgentemente, nesse dia tive contato com os textos publicados no Jornal ES de Fato das articulistas Luanna Figueira, Anete Lacerda e Paula Garruth. Luanna: “A violência contra a mulher é todo ato lesivo onde resulta dano físico, psicológico, sexual, patrimonial, e que tenha por motivação principal o gênero, ou seja, é praticado contra mulheres, expressamente pelo fato de serem mulheres.” Ela cita a Lei Maria da Penha. Anete: Se entristece com a nossa realidade ao constatar que vivemos sob o efeito da misoginia. Os homens amam e idolatram suas mães e agridem outras mulheres. Algo doentio. No final, levam à culpabilidade da mulher estuprada, a partir do momento que elas decidem se defender e denunciar. A pergunta é simples, mas bem significativa da cultura machista: “O que você fez para ser estuprada?” Paula: Lembra a história do assassinato de Ângela Diniz. Doca Street, o marido assassino, foi condenado. Desde então, a sociedade não aceita o crime em nome da “legitima defesa da honra”. Por tudo isso, todos concordamos: a violência não está, apenas, no âmbito doméstico. Encontra-se em todos os espaços nos quais crianças e mulheres são mais vulneráveis (escola, ruas, trabalho…). Sendo assim, alem de fazer valer as Leis, precisamos conversar com nossas crianças (meninos e meninas), em especial com os meninos, para a construção de uma sociedade mais justa e fraterna.