Crônicas
Academia de Letras hoje
Tomei posse na Academia de Letras em 2010, após duas tentativas por não atingir o total de votos necessários. Nunca tentei passar uma imagem daquilo que não sou, uma intelectual nos moldes exigidos pela cultura.
Por: Marilene Depes em 20 de outubro de 2023
Tomei posse na Academia de Letras em 2010, após duas tentativas por não atingir o total de votos necessários. Nunca tentei passar uma imagem daquilo que não sou, uma intelectual nos moldes exigidos pela cultura. Reconheço meu valor, escrevo com o coração e utilizo o espaço de escrita nos órgãos de imprensa para denunciar abusos e defender quem não possui voz nem vez. Já publiquei sete livros, seis de crônicas, não tenho grandes pretensões, apenas ponho em prática o que minha intuição sugere.
Em 2018 tive oportunidade de assumir a Presidência da Academia, a primeira mulher a ocupar o cargo após quase 60 anos de sua fundação. Após oito anos frequentando, percebia que modificações estatutárias precisavam ser feitas a respeito da imortalidade do acadêmico, daqueles que tomavam posse e nunca mais frequentavam e tampouco contribuíam com a anuidade, pessoas saudáveis, e sem nenhum compromisso com a entidade. Naturalmente respeitando os acadêmicos idosos, doentes ou que tiveram de se transferir de cidade, sendo que a Academia possui membros que residem fora e são tão atuantes quanto os demais. Os acadêmicos que não cumprem suas obrigações estatutárias são comunicados e lhes é oferecido a possibilidade de participarem ativamente ou de colocarem suas cadeiras à disposição, sem perder o título de membro, trocando o efetivo por honorário, sem obrigação da frequência e da contribuição. Com essa ação concreta a Academia volta a ter quórum para tomadas de decisões, aliás ela criou vida! Segundo informações o exemplo está sendo seguido.
Outra ação positiva foi colocar a Academia ao alcance da população, através dos jovens. Há três anos o Concurso de Crônicas Rubem Braga está sendo realizado nas escolas e a colheita têm sido promissora.
E finalmente estamos conseguindo transformar nossa Academia num espaço democrático, diversificado, com escritores jovens e repletos de garra. A cada eleição, com os novos chegando, eu penso: Missão sendo cumprida!