Saúde

Atividade física é aliada eficaz no controle da depressão, aponta estudo internacional

Práticas como caminhada, corrida, natação e outros exercícios aeróbicos têm impacto positivo equivalente ao de medicamentos em muitos casos, principalmente quando acompanhados de orientação adequada.

Por: Redação em 12 de maio de 2025

 

A depressão é um desafio global crescente. Estima-se que mais de 280 milhões de pessoas convivam com o transtorno, segundo dados recentes. No Brasil, entre 10% e 17% da população enfrenta sintomas como tristeza profunda, desânimo e perda de interesse pela rotina. Os números, que representam um aumento de 45% nas últimas três décadas, acendem um alerta, bem como impulsionam o avanço das estratégias de enfrentamento.

Entre as descobertas mais recentes está um estudo publicado no The British Medical Journal, que evidenciou a eficácia da atividade física como um poderoso recurso complementar no tratamento da depressão. Segundo o levantamento, práticas como caminhada, corrida, natação e outros exercícios aeróbicos têm impacto positivo equivalente ao de medicamentos em muitos casos, principalmente quando acompanhados de orientação adequada.

Para o psiquiatra da Unimed Sul Capixaba, Ezanilton Delson, a prática regular de atividades físicas atua diretamente na regulação de neurotransmissores como a serotonina e a endorfina, responsáveis pela sensação de bem-estar. “Além do efeito fisiológico, o exercício contribui para uma rotina mais estruturada, melhora o sono e favorece a autoestima, o que é essencial no processo de recuperação do paciente com depressão”, destaca o médico.

A Unimed Sul Capixaba possui a Caminhada Orientada, uma iniciativa que integra o projeto Movimento Saúde, voltado para a promoção de hábitos saudáveis e prevenção de doenças. Realizada na avenida Beira Rio, em Cachoeiro de Itapemirim, a atividade oferece a oportunidade de exercitar corpo e mente ao ar livre, sendo aberta a clientes e não clientes da cooperativa, mediante inscrição e avaliação física no local.

Entre os mecanismos que explicam a eficácia da atividade física no tratamento da depressão está a liberação de substâncias que regulam o humor e promovem o bem-estar. O psiquiatra destaca que, durante o exercício, o organismo libera endorfinas, dopamina, serotonina e noradrenalina – neurotransmissores que atuam no alívio da dor, aumento da motivação, melhora do humor e no estado de alerta. “Essa resposta química é fundamental para reduzir os sintomas da depressão e fortalecer o equilíbrio emocional do paciente”, explica o médico.

A psicóloga da Unimed Sul Capixaba, Juliana Xavier, reforça que o movimento do corpo também pode ser um convite à reconexão com o presente e com as relações sociais, muitas vezes comprometidas nos quadros depressivos. “O exercício não substitui a terapia ou o uso de medicamentos quando indicados, mas é um recurso valioso somatório na construção de uma vida com mais sentido e leveza”, afirma.