Pode ser uma coincidência da genética, já que a predisposição a ficar grisalho bem antes da maturidade acontece quando essa característica é uma marca registrada da família.
Já parou para pensar que é cada vez mais comum encontrar pessoas que começam a ter cabelo branco antes dos 30 anos? Pode ser uma coincidência da genética, já que a predisposição a ficar grisalho bem antes da maturidade acontece quando essa característica é uma marca registrada da família. O embranquecimento acontece com a morte do melanócito, uma célula que dá cor à pele e ao cabelo.
Cada um de nós nasce com uma programação celular específica, que determina quando o processo de despigmentação vai ocorrer. Mas parece que, hoje, tem algo além da hereditariedade atuando nos bastidores. Pesquisas realizadas nos últimos anos sugerem que o estresse, a poluição e a alimentação desregrada têm colaborado para apressar a chegada das mechas brancas.
Cabelo branco antes dos 30: bons hábitos como prevenção
De acordo com um estudo da empresa multinacional e cosméticos John Frieda, na Inglaterra, 32% das mulheres entrevistadas declararam ter cabelo branco antes dos 30 anos — duas décadas atrás, apenas 20% das participantes dessa faixa etária responderam que os primeiros fios já tinham aparecido. Segundo os autores da pesquisa, o estresse é uma das causas. Por observação, percebemos que fatores traumáticos e estressantes, como a perda de pessoas queridas, doenças na família e separação, podem acelerar o processo.
A constatação tem fundamento. As células que dão cor aos fios podem deixar de trabalhar corretamente e morrer quando sofrem ataques contínuos ao DNA, conforme descobriram cientistas de uma universidade no Japão depois de submeter ratos à radiação e a componentes químicos. Os danos levaram ao surgimento precoce de pelos brancos nos animais.
O cortisol, hormônio relacionado ao estresse, é uma das substâncias que tornariam o ambiente tóxico para as células. Outra vilã é a oxidação, que acontece naturalmente no organismo quando ele transforma nutrientes em energia para sobreviver e, no meio do caminho, libera os radicais livres. Essas moléculas, em excesso, podem danificar as células. Poluição, radiação solar, cigarro e álcool colaboram para aumentar a produção de radicais livres. É por isso que muitos especialistas acreditam que, apesar de não ser determinante, o estilo de vida interfere na antecipação das mechas sem cor.
Não existe comprovação científica, mas sabe-se que carências nutricionais de ferro, zinco, cobre, ácido fólico e silício orgânico podem interferir no processo, já que esses nutrientes são muito importantes na manutenção da integridade dos fios. O ferro está presente nas verduras verde-escuras e no feijão. O zinco pode ser encontrado no gérmen de trigo. O cobre e o ácido fólico, no grão-de-bico. Já o silício orgânico está nos grãos integrais e colabora para aumentar a produção de queratina, a proteína que constrói o cabelo. Deficiências na ingestão de vitaminas do complexo B, de ômegas 3 e 6 e de selênio também podem ter relação.
O fim dos fios brancos?
Como os radicais livres são apontados como possíveis aceleradores da despigmentação do cabelo, a indústria dos cosméticos tem se dedicado a desenvolver produtos que protejam o DNA dos melanócitos e, com isso, garantam que eles funcionem direitinho por mais tempo.
Por enquanto, não existe solução milagrosa. Ao lado dos bons hábitos, que trazem a beleza de dentro para fora, tingir os fios continua sendo a solução definitiva. Escolher entre tonalizante, coloração permanente, hena e mechas pode ser uma tarefa complicada para quem deseja esconder os primeiros fios brancos. Qual será a técnica certa para você? É o que você vai descobrir a seguir.
Cabelo branco antes dos 30: lição básica para começar a pintar
Já vale ir avisando: é um mito achar que as transformações a que submetemos o nosso cabelo contribuem para antecipar o aparecimento dos fios brancos. Chapinha, babyliss, secador e tinturas podem danificar a fibra capilar, mas não promovem o embranquecimento. Para disfarçar os primeiros fios sem cor, dá para recorrer aos tonalizantes, menos agressivos, e passar às tinturas quando a quantidade deles aumentar.
Se for pintar em casa, é sugerido omeçar pelo tonalizante, que tem menor duração e, portanto, menos risco caso você erre na escolha da cor. A hena é outra possibilidade, mas os especialistas dizem que a cobertura e a durabilidade são menores do que a do tonalizante. Funciona como uma maquiagem. Se estiver na dúvida em relação à técnica e até mesmo à cor certa para você, vale fazer uma consulta com o seu cabeleireiro ainda que vá tingir os fios em casa.
Era dos grisalhos
A quarentena está provocando várias mudanças na nossa vida. A forma como lidamos com a vaidade e com os cuidados de beleza é uma delas. Com a impossibilidade de ir ao salão, muitas mulheres começaram a flertar com a ideia de assumirem o cabelo grisalho. Mas mesmo antes da pandemia, a aceitação dos brancos já era uma tendência que, apesar de ainda não tão difundida entre a população, é muito forte no mundo da moda, com até mesmo alguns jovens tingindo o cabelo para simular os grisalhos.No final, o que vale é ficar bem consigo mesmo!