Crônicas

Cada um tem seu tempo

Assim como as histórias nunca se identificam, o tempo de um nunca se assemelha ao de outro, tempo de dormir e acordar, de tomar decisões, de organizar projetos, até o tempo de decidir pela própria felicidade.

Por: Marilene Depes em 22 de setembro de 2025

Assim como as histórias nunca se identificam, o tempo de um nunca se assemelha ao de outro, tempo de dormir e acordar, de tomar decisões, de organizar projetos, até o tempo de decidir pela própria felicidade. Como faço o gênero despachada, um problema chega e logo tento resolvê-lo, sinto agonia de gente que reclama, reclama e continua na mesma situação. Porém, minha partilha se refere a viagem e não a gente.

Logo que meus filhos saíram para estudar, eu e Ronaldo decidimos desfrutar da liberdade que adquirimos. E partimos mundo afora, viajamos muito, conhecemos muitos países, em todos os continentes. Nosso estilo de viagem era semelhante à nossa vida, sempre voltados um para o outro. Raramente optamos para acompanhar outros casais, e viajar em grupos nunca foi nossa opção. Em geral, procurávamos uma agência de turismo, comprávamos as passagens, reservávamos os hotéis e íamos. Fazíamos a viagem ao nosso modo, evitávamos o turismo comercializado, preferíamos nos entrosar no meio do povo e conhecer as cidades através do seu cotidiano. Às vezes, cometíamos erros crassos, como quando alugamos um carro em Miami para ir à Disney e chegamos em Naples, no Golfo do Mexico – nos perdemos nas autoestradas repletas de enormes caminhões. E compramos tapete persa falso em Istambul. Em Paris, cidade que visitamos algumas vezes, ficávamos horas sentados próximos as Arco do Triunfo, assistindo à miscigenação de pessoas que passavam. E errávamos aqui e acertávamos acolá!
Após a inauguração da Vila Aconchego demos uma parada, numa última viagem internacional tivemos alguma dificuldade em Guarulhos. E tudo que me estressa e posso evitar, eu evito: coisas, situações e até gente!

Estamos retornando a pedido do meu marido. E partimos para uma viagem ao sul da Itália, com um roteiro organizado por minha filha que, pensando no nosso conforto contratou uma agência de viagem. Não curtimos, foi muita correria, estávamos sempre na rabada do grupo, os restaurantes não atendiam à nossa expectativa. Conclusão, basta um agente que nos auxilie no aeroporto, passagens e hotéis reservados. No nosso tempo e ao nosso modo, juntos e felizes enquanto tivermos saúde e disposição.