Tecnologia

Como a Netflix personaliza a experiência dos usuários com análise de dados

O sucesso não foi único. Orange is the New Black teve uma história parecida. A Netflix fez uma grande análise de dados e descobriu que as séries com protagonistas mulheres e piadas de humor ácido eram bem aceitas pelo público.

Por: Redação em 14 de julho de 2020

A explosão dos dados já é uma realidade em todos os setores. Um dos primeiros a se beneficiar dela foi o de entretenimento. A Netflix pode parecer uma empresa nova, mas ela, na verdade, foi fundada em 1997. Por anos, o que ela fez foi entregar DVDs alugados em casa. Vendo que seu ramo passaria por uma grande transformação, a empresa americana, baseada em Los Gatos, começou a dar atenção ao poder dos dados e a preparar sua plataforma de streaming de vídeo, que teria potencial global e poderia levar a companhia a um patamar acima do de qualquer outra locadora na história.

Na sua primeira grande produção de sucesso, a Netflix investiu 100 milhões de dólares para criar House of Cards, um remake de uma série política do Reino Unido. Mas a aposta não foi feita sem embasamento. A Netflix, com base em dados, já sabia que a produção seria bem-sucedida.

A empresa avaliou que o tema de House of Cards era popular. Também sabia que as produções feitas com o diretor David Fincher e o ator Kevin Spacey normalmente faziam sucesso. Com isso, a empresa usou os dados para mudar um paradigma de aprovação de séries, que sempre precisavam produzir um episódio-piloto e serem subjetivamente avaliados por executivos de emissoras.

O sucesso não foi único. Orange is the New Black teve uma história parecida. A Netflix fez uma grande análise de dados e descobriu que as séries com protagonistas mulheres e piadas de humor ácido eram bem aceitas pelo público.

Com o tempo, a Netflix vai calibrando essa experiência, criando clusters de consumidores através do mapeamento de comportamento e vendo se os usuários gostavam, medindo a frequência com que assistiam, se eles ficavam dentro do episódio, em que momento eles pausavam.

A partir do momento que foi para o celular, o aplicativo da Netflix passou a permitir a análise de um volume de dados ainda maior, captando informações como quais séries foram mais clicadas. A empresa também aposta em fazer séries repetindo atores que fizeram sucesso em alguma produção sua nos últimos seis meses ou um ano.

Outro exemplo do poder dos dados nas produções é a febre Strangers Things, um seriado ambientado nos anos 1980 e que adota muitos elementos de filmes que fizeram sucesso nessa década, como “Star Wars”, “ET”, “Contados Imediatos do 3º Grau” e “Alien”.

O poder dos dados já é evidente. Se a Netflix não tivesse usado de forma inteligente as informações que tinha, teria tido o mesmo destino da Blockbuster, que pediu falência depois de anos no topo do mercado de locação de filmes. O mercado de Big Data, nome dado à análise de um volume de dados grande demais para ser estudado por humanos em pouco tempo, crescerá a uma taxa anual de 10,6% nos próximos cinco anos. Com isso, o faturamento do setor passará de 139 milhões de dólares em 2020 para 229,4 milhões de dólares em 2025. As oportunidades não faltarão para as empresas e profissionais que se preparem para a revolução dos dados.