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Como matar pulgas no ambiente? Especialistas dão dicas!

Seja qual for a espécie e o problema que ela traz, o fato é que as pulgas não são boas presenças em casa. Se você está lidando com essa situação e não sabe o que fazer, separamos algumas dicas de como matar pulgas.

Por: Redação em 27 de julho de 2023

 

Pulgas podem ocasionar uma verdadeira “dor de cabeça”, principalmente naqueles moradores que têm pets ou que são aficionados por limpeza. Afinal, quando estão diante de um ambiente favorável ao seu desenvolvimento, esses animais minúsculos podem sobreviver por meses e até causar uma infestação.

O maior dos problemas, contanto, está na relação do parasita com o seu hospedeiro: algumas espécies podem transmitir doenças através da picada, além de dor, irritação ou coceira. Já em cães e gatos, as pulgas podem causar dermatite alérgica, estresse, letargia e verminoses, além de algumas doenças.

Seja qual for a espécie e o problema que ela traz, o fato é que as pulgas não são boas presenças em casa. Se você está lidando com essa situação e não sabe o que fazer, separamos algumas dicas de como matar pulgas no ambiente e se livrar delas uma vez por todas. Confira:

 

De onde surgem as pulgas?

Apesar de ser comum a associação entre pulgas, pets e falta de higiene, a verdade é que elas buscam um hospedeiro para se alimentar sem se importar com o nível de limpeza. Na fase adulta, esse hospedeiro é geralmente um mamífero, como cães, gatos ou até mesmo o ser humano.

Assim, diante do contato com uma ou mais pulgas, esse hospedeiro pode levá-las para casa, onde elas se reproduzem em vários lugares e iniciam uma infestação.

Aliás, é a partir da primeira picada que se inicia o desenvolvimento da pulga, porque ela precisa de sangue para se tornar fértil e reproduzir, dando continuidade ao seu ciclo de vida – que inclui as fases de ovo, larva, pupa e imago.

 

Ciclo de vida das pulgas

Após a cópula, a fêmea põe entre cem e milhares de ovos, que, dependendo da espécie, são enterrados em substratos ou colocados no próprio hospedeiro, podendo cair no chão ou no local de descanso desse hospedeiro.

Após a eclosão dos ovos, surgem as larvas: elas se alimentam de qualquer material orgânico, como insetos mortos, fezes, matéria vegetal e outros ovos. Elas preferem locais escuros, inclusive tapetes e roupas de cama.

Após três fases larvais e quantidade de alimento disponível, as larvas tecem casulos de seda e viram pupas. Lá, elas sofrem a última metamorfose para se tornarem animais adultos, imagos.

Então, o adulto “pré-emergente” aguarda as condições adequadas para eclodir, como vibrações, calor e altos níveis de dióxido de carbono – tudo o que pode indicar a presença de um possível hospedeiro. É por isso que, a partir do aparecimento de um hospedeiro, um ambiente inicialmente livre de pulgas pode ver um surgimento súbito e em massa dos animais adultos.

“Isso explica por que, quando as pessoas entram em algumas moradas antigas, abandonadas ou casas de praia, de repente começa a aparecer pulgas para todos os lados”, diz o biomédico Roberto Figueiredo, conhecido como Dr. Bactéria.

Já na fase adulta, as pulgas necessitam do sangue hospedeiro para sobreviver e, em condições favoráveis, podem se reproduzir até causar uma infestação.

 

O perigo das pulgas

Segundo Roberto, o perigo mais comum oriundo do contato entre humanos e pulgas é a dermatite, uma coceira que ocorre na pele. Mas há também o risco de contrair enfermidades, pois algumas espécies de pulgas são vetores de bactérias, como a Yersinia pestis e a Rickettsia typhi. Elas causam, respectivamente, a peste-bubônica e o tifo.

“Mas a peste bubônica é rara a nível de cidades, porque demanda que um rato infectado com a doença seja o hospedeiro da pulga Xenopsylla cheopis e, na falta de outro rato para ela parasitar, essa pulga procura um animal de segunda escolha – no caso, o ser humano – e atua como vetor da bactéria que causa a doença”, diz o biomédico.

Outras espécies de pulgas, em humanos, podem ocasionar inflamação e infecção tetânica ou gangrenosa. Já em cães e gatos, os problemas são a coceira (que pode ser de leve à intensa), letargia, estresse, anemia, verminose, dermatite alérgica à saliva da pulga e transmissão de patógenos (como micoplasmose, erliquiose e babesiose).

“A verminose ocorre quando as pulgas são ingeridas pelo cão ou gato ao se coçarem, levando à transmissão do verme intestinal chamado Dipylidium caninum”, diz Lívia Valente, médica-veterinária doutora em ciência animal, especialista em clínica médica e cirúrgica e diretora do Hospital Veterinário Unibave.

“Por este motivo, sempre que um animal estiver com a presença de pulgas, é importante pesquisar, por exame de fezes, se ele também se encontra com parasita intestinal”, completa.

 

Como acabar com pulgas em casa

Uma vez notada a infestação de pulgas, não demore a agir. No caso de pets, é de extrema importância encaminhá-los ao médico-veterinário para ele receber antiparasitários.

Paralelamente, todo o ambiente em casa deve ser rigorosamente higienizado, pois se o animal voltar para um espaço infestado, contrairá as pulgas novamente.

“O controle ambiental permitirá a eliminação ou o controle de pulgas adultas e suas formas jovens. A ação deve incluir lavar regularmente a cama onde o animal de estimação dorme, higienizar semanalmente tapetes e carpetes com aspirador ou lavar, manter limpos cantos de móveis e paredes”, diz Lívia.

Para acabar com as pulgas em casa, é preciso fazer uma limpeza minuciosa de todos os ambientes — Foto: Freepik / wirestock / CreativeCommons

Para ambientes externos, produtos específicos devem ser pulverizados, tendo grande atenção nas recomendações do fabricante para não ocorrerem intoxicações de humanos e animais. A fim de se proteger e garantir que a limpeza foi feita de forma adequada, vale recorrer a empresas especializadas em dedetização.

 

Como evitar novas infestações

Após limpar a casa e se livrar das pulgas, é importante adotar alguns cuidados para evitar novas infestações. O primeiro deles é quanto à limpeza: mantenha a casa sempre limpa e aspire os estofados periodicamente, evitando acumular sujeira. Troque roupas de cama com frequência e, na lavagem de travesseiros, tapetes e capas de sofá, opte por sabão de qualidade e os submeta à alta temperatura.

“Evite ir em locais que possam ter pulgas. Se não houver como evitar, assim que chegar do local, coloque as roupas para lavar imediatamente. Não fique passeando, sentando no sofá ou deitando na cama, pois isso pode levar as pulgas à casa”, diz Roberto.

Além disso, tenha atenção com produtos comprados em brechó ou de segunda mão: sempre lave as roupas adquiridas antes de usar e higienize os estofados para garantir que nenhuma pulga entrará em casa.

Já em relação aos pets, o tutor pode investir em antipulgas orais, mensais ou trimestrais; coleiras antipulgas; e soluções a serem aplicadas na região do pescoço. Isso pode proteger cães e gatos de serem novamente hospedeiros.

“A melhor forma de manter os pets protegidos de novas infestações é fazendo o uso de antipulgas de forma contínua e obedecendo o tempo de ação de cada princípio ativo, conforme orientado pelo médico-veterinário. O controle ambiental também é importante e pode ser alcançado com a pulverização de pulicidas de forma periódica”, diz Lívia.

Ela também sugere que os tutores façam check-ups periódicos em seus pets, para prevenir e monitorar o uso de medicações contínuas. “O organismo de cada indivíduo é único e pode se comportar de diferentes formas frente a um novo desafio”, completa a médica-veterinária.

Vale também lavar as camas e os brinquedos dos bichos ocasionalmente, descartando aquilo que estiver muito danificado ou acometido por pulgas em qualquer uma de suas fases de vida.

 

Fonte: Como matar pulgas no ambiente? Especialistas dão dicas! | Dicas | Casa e Jardim (globo.com)