Artigo
Como somos hoje?
Marilene e Regina me convidaram para uma entrevista no Podcast “Entre Elas”, aliás que mantêm, juntas, há vários anos. Queriam que eu falasse sobre “política”, levando em consideração as observações que venho anotando aos longos dos anos.
Por: Wilson Márcio Depes em 10 de dezembro de 2025
Marilene e Regina me convidaram para uma entrevista no Podcast “Entre Elas”, aliás que mantêm, juntas, há vários anos. Queriam que eu falasse sobre “política”, levando em consideração as observações que venho anotando aos longos dos anos. Disse um pouco do que vi e senti. A política, a rigor, sempre me deixou muito curioso. Um detalhe: só depois da entrevista tomei conhecimento do livro do cientista político Felipe Nunes, diretor Quaest. Ao que parece, derrubou o Ibope. Afinal, me parece muito esclarecedor, exatamente porque se trata de uma pesquisa bem profunda.
Sei que esta revista não cuida desses temas. Mas, a rigor, as decisões políticas vêm traçando os rumos de nosso destino. Para mapear as mudanças no comportamento do brasileiro, Felipe divide os brasileiros em quatro gerações e revela como a insegurança sempre permeou a forma como a sociedade se desenvolve e se vê. O clima de incerteza da última década favoreceu o cenário de polarização eleitoral.
Bem, mas e daí? O que interessa ao leitor? Pra mim, a conclusão maior é que o jovem se cansou coma polarização eleitoral, motivada pelo clima de incerteza da última década. A conclusão das pesquisas é que 56% da população têm medo de andar nas ruas. Nas capitais o índice sob para 70%. É muito alto. Mas, apesar de todas as bolhas, pode-se resumir que o brasileiro adere mais à ideia de que só pode contar consigo mesmo e com Deus, acha que ninguém mais vai ajudá-lo.
O que mais nos aproxima, diz as pesquisas, é a fé em Deus, independentemente de qual é a sua religião. Existe um fatalismo religioso muito forte no país. Outro fator muito importante é a família como motivação, como força no dia a dia. Há uma visão, afinal, de não querer ter patrão, de querer construir a vida sozinho. Afinal, diz a pesquisa, o brasileiro anda meio cansado, inseguro, individualista e desconfiado.