Crônicas
Compromisso com a vida
Escrevo semanalmente e publico minhas crônicas bianualmente em livros. Sou consciente que, às vezes, eu me supero na escrita, e muitas vezes nem tanto.
Por: Marilene Depes em 27 de agosto de 2025
Escrevo semanalmente e publico minhas crônicas bianualmente em livros. Sou consciente que, às vezes, eu me supero na escrita, e muitas vezes nem tanto. Crônicas são como filhos, amamos todos e quando decido publicar prefiro não escolher. No geral escrevo o que vivo, o que observo da vida, e meu ponto de vista em relação ao vivido. E agora estou lançando meu oitavo livro – sete de crônicas e a pesquisa do Mestrado. Certa vez li uma crônica linda sobre Marataízes, e senti a frustração de nunca ter escrito algo assim sobre a praia que amo. Ao comentar com meu amigo, também escritor, Wilson Depes ele foi categórico e me alentou: – Marilene, essa pessoa só escreveu essa crônica ou outras poucas na vida, você escreve toda semana, não há como comparar!
Sou capricorniana organizada, arquivo tudo o que escrevo – digitalizado e impresso. O primeiro passo para a publicação do livro é buscar cada crônica no sequencial e daí enviar ao editor para as devidas correções. Nunca pensei em buscar editoras fora da minha cidade, aliás minha vida gira em torno de Cachoeiro, sou integralmente bairrista, aqui eu vivo, aqui eu consumo, aqui trabalho e a minha história gira em torno de Cachoeiro, e de Marataízes nas férias. Cachoeiro Cult é a minha editora e entrego meus escritos para os competentes Fernando Gomes e José Marcelo Grillo que fazem as correções devidas e editam a obra.
A capa e o marketing ficam a cargo da amiga Luciana Fernandes, que sempre me cobra fotos novas e eu vou enrolando, tenho preguiça de estúdio e de fazer pose. Envio fotos que representam outras ocasiões, o que para mim não altera o resultado.
Publicar livro é oneroso e como não busco patrocínio o retorno é sempre insignificante em relação aos gastos, mas compensa em satisfação pessoal. Decidi entregar, a partir do sétimo livro, a uma entidade e me abstenho da venda, já que sou péssima neste quesito. Como trabalho com idosos, o sétimo entreguei ao Lar João XXIII e o oitavo ao Lar Adelson Rebello Moreira.
Cada livro que escrevi remete a um tempo: os dois primeiros tratam da descoberta do feminismo; o terceiro a paixão pela liberdade e desejo de voar; o quarto foi pesquisa de Mestrado sobre as ILPIs; no quinto o valor da dança na vida a dois; no sexto a revelação da luta nas causas sociais; no sétimo o abraço à vida e a plenitude de viver, e neste oitavo celebro os 80 anos totalmente compromissada com a vida.