Crônicas
De volta ao Entre Elas
Sabe uma pessoa boa para gravar fatos e péssima para localiza-los numa linha do tempo? Pois bem, sou eu. Estou pronta para dar uma notícia e não consigo localizar o tempo certo dos acontecimentos que trouxeram os fatos até aqui.
Por: Marilene Depes em 3 de julho de 2021
Sabe uma pessoa boa para gravar fatos e péssima para localiza-los numa linha do tempo? Pois bem, sou eu. Estou pronta para dar uma notícia e não consigo localizar o tempo certo dos acontecimentos que trouxeram os fatos até aqui. Então vou contar uma história.
Era uma vez duas mulheres corajosas e destemidas, uma jornalista e a outra escritora, que foram convidadas para apresentar um programa na televisão. Além da amizade que as unia, havia muito em comum, ambas feministas, defensoras dos direitos humanos, sociáveis, alegres, positivistas, engajadas nas questões sociais e com bastante experiência de vida à partilhar.
Mantiveram no ar, durante alguns anos, um programa de entrevistas em canal de TV local, em que receberam políticos – muitos prefeitos do sul do Estado, deputados e vereadores, advogados, médicos, escritores, artistas, empresários, comerciantes, ambientalistas, professores, jornalistas, militares, juízes, promotores, sacerdotes, pastores, nutricionistas, músicos, líderes em geral, entre outros , numa média de 350 pessoas. Foram entrevistados, em primeira mão, todos os cachoeirenses ausentes e presentes eleitos e indicados , e também foram lançadas novas marcas e divulgadas suas empresas.
O programa não possuía uma linha específica de condução, recebia quem se destacava em seus setores, como mulheres caminhoneiras e pedreiras, pessoas que haviam dado a volta por cima em situações constrangedoras e cujo exemplo merecia destaque. Não havia elitismo na escolha dos convidados, só observavam a questão do mérito pessoal. Durante uma novela que tratava do tema das empregadas domésticas, foram entrevistadas três delas, tão admiradas pelos patrões que se tornaram famosas em suas comunidades.
Quanto a audiência, essa era incontestável. Por onde as apresentadoras andavam, supermercados, lojas, bancos, ruas, eram abraçadas e recebiam muitos agradecimentos. Talvez por intuição feminina os temas abordados agradavam bastante, e mesmo os mais pesados eram apresentados com leveza devido ao alto astral das apresentadoras.
E o que tornava a dupla imbatível? A facilidade de comunicação da jornalista e de organização da escritora. Cada uma conduzia na área em que se destacava e a sintonia era perfeita. Deixar morrer algo tão produtivo e da qual ambas são cobradas até hoje seria um despropósito. Portanto estamos de volta, eu e Regina Monteiro, agora de forma profissional com uma equipe capacitada nos assessorando. E em todas as mídias sociais. Nos aguardem!