Artigo

Dia do Médico

Dia 18 de outubro. A saúde é um completo bem estar físico, mental e social. Ao médico é mandatório estar atento a todos os fatores que levam a doença. Cada vez mais o social e psicológico associados ao uso de álcool, e outras drogas, interferem no estado físico.

Por: Sergio Damião em 19 de outubro de 2020

Dia 18 de outubro. A saúde é um completo bem estar físico, mental e social. Ao médico é mandatório estar atento a todos os fatores que levam a doença. Cada vez mais o social e psicológico associados ao uso de álcool, e outras drogas, interferem no estado físico. Os transtornos da afetividade/depressões se acentuam. Separar as doenças físicas das psíquicas não é tarefa fácil. Por isso, o exercício da medicina é uma arte. A busca da verdadeira compreensão humana, com suas potencialidades e limitações. A sabedoria da mitologia grega já nos mostrava o caminho (Asclépio – Deus da medicina, e suas filhas: Higéia – Deusa da medicina preventiva e Panacéia – Deusa para a cura de todas as doenças e males), sabiam claramente que, assim como um pai não pode privilegiar um dos seus filhos, a medicina não deve esquecer a prevenção em favor da cura – a harmonia deve prevalecer. A cristianização acrescentou a caridade. Foram criadas, no fim da Idade Média, as primeiras “Casas de Abrigo” e o surgimento das primeiras Santas Casas de Misericórdia, os primeiros hospitais – hospitaleiros: casas de acolhimentos. A arte da medicina iniciou-se nas mãos dos cirurgiões e suas habilidades, suas improvisações e suas técnicas cirúrgicas. Associou-se ao poder da observação clínica, muitas vezes simples, como o ato de lavar as mãos. Com a evolução da medicina, sua alta tecnologia, não é mais possível recuperar a imagem retratada em quadros: um leito domiciliar, um moribundo e ao seu lado um médico. A morte não é mais permitida nas residências, nos transferimos para leitos de Unidades de Terapia Intensiva com aparelhos de respiração e monitores. Ainda assim, é possível a profissão médica ser exercida baseada na relação humana dos sentimentos. Em tempos atuais de pandemia do novo coronavirus, e doenças crônicas incapacitantes, temos que conviver com as dores do semelhante, ainda que cansados de plantões e dias acumulados de trabalho. Em meio a todas as dores, precisamos aceitar a finitude humana, a morte é inevitável, é uma oportunidade de vivermos em paz. Devemos nos irritar com as mortes evitáveis. Em todos os instantes temos em mente o aforismo hipocrático: “Curar quando possível; aliviar quando necessário e consolar sempre.”