Crônicas

Em defesa dos animais

Não sou membro de nenhuma ONG que defende os animais, mas fui criada e vivo rodeada por eles. Tenho preferência por cães e pássaros, e aprecio cuidar e conviver com todos.

Por: Marilene Depes em 20 de novembro de 2023

Não sou membro de nenhuma ONG que defende os animais, mas fui criada e vivo rodeada por eles. Tenho preferência por cães e pássaros, e aprecio cuidar e conviver com todos. Em nossa casa e na Vila Aconchego acolhemos e alimentamos os mais diversos animais: pássaros, saguis, gatos, cães e até lagartos.

Não faço o gênero que dorme com o cão, considero que cada um merece ter o seu espaço e esses devem ser respeitados. Aprendi a amar os animais na minha infância na roça, lá convivi com cavalos, bois, cabritos, cães, gatos, galinhas, porcos, patos e pássaros, entre outros. Alguns para abate, o que eu abominava. E hoje, pela convivência com os meus netos, tenho dificuldade de matar até uma formiga — aqui em casa todos são discípulos naturais de São Francisco, acredito até que os influenciei na infância, mas reconheço que hoje a aprendiz sou eu.

Tenho orgulho de meus familiares que respeitam e amam a natureza como um todo: animais, plantas, rios, mar, florestas. Não cortamos árvores, só podamos quando necessário e cuidamos daquelas que possuem algum tipo de doença, para que sobrevivam. Para nós a natureza é viva e merece ser tratada como tal.

Sinto um grande desconforto quando observo alguém jogando algum lixo nas ruas, nos rios. Na praia eu carrego saco para colocar papel e palitos de picolé, cascas de coco, garrafas, latinhas e outros resíduos. E oriento a quem está próximo, inclusive muitas vezes eu chamo quem está saindo da praia abandonando o lixo para trás, para retornar e levá-lo consigo. Na praia central de Marataízes já formamos praticamente um grupo de ativistas cuidando da natureza e é comum o banho de mar apreciando as tartarugas. As pessoas estão evoluindo.

A natureza está posta para nosso conforto e prazer, contudo ela não nos pertence, e não temos o direito de destruí-la impunemente. Em algum momento ela se vinga, e as consequências serão vivenciadas por nossos filhos e netos.

E encerro com a filosofia da ACACI, Associação de proteção aos animais de Cachoeiro de Itapemirim: “Quando se é capaz de lutar por animais, também se é capaz de lutar por crianças ou idosos.
Não há bons ou maus combates, existe somente o horror ao sofrimento aplicado aos mais fracos, que não podem se defender”.