Saúde

Enxaqueca: cerca de 600 mil capixabas sofrem com a doença

O médico André Félix, alerta que o desequilíbrio alimentar é um dos fatores de risco que podem desencadear a disfunção caracterizada por dores de cabeça.

Por: Redação em 23 de julho de 2022

Segundo dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a enxaqueca é um dos problemas mais incapacitantes do mundo: atinge mais de 1 bilhão de pessoas. No Brasil, a prevalência anual da enxaqueca é de 15.8%, afetando mais de 30 milhões de brasileiros. No Espírito Santo a estimativa é de que mais de 600 mil capixabas sofrem com a síndrome dolorosa. O médico André Félix, especialista em Tratamento da Dor, alerta que o desequilíbrio alimentar é um dos fatores de risco que podem desencadear a disfunção caracterizada por dores de cabeça intensas que podem afetar as tarefas cotidianas.

De acordo com artigo publicado pela Academia Brasileira de Neurologia, a enxaqueca sem aura (75% dos casos) é mais frequente que com aura (25% dos casos). A aura é caracterizada, na maioria dos casos, pela aparição de uma dor latejante de localização unilateral, muitas vezes associada à presença de náuseas, fotofobia e fonofobia.

“Uma crise de enxaqueca pode ter duração de quatro a 72 horas, tem localização unilateral, qualidade pulsátil, intensidade moderada ou grave, muitas vezes é acompanhada de náuseas, vômitos, febre, calafrios, dor, suor e sensibilidade à luz (fotofobia), som (fonofobia) ou movimento, tornando-a diferente de outras dores de cabeça como a do tipo tensional”, explica.

Entre as principais causas que contribuem para desencadear as crises, está a alimentação.
“Um dos principais gatilhos está associado à alimentação, além de evitar jejum prolongado alguns alimentos têm sido bastante correlacionados, como: o consumo de álcool em geral, chocolate, vinho tinto e café”, orienta André.

Medidas de prevenção da enxaqueca são necessárias para controlar a frequência, duração e intensidade das crises, destaca o médico André Félix. Além de uma rotina com hábitos saudáveis (alimentação equilibrada, atividades físicas, hidratação e sono adequados, o uso de medicamentos profiláticos, como betabloqueadores adrenérgicos e antidepressivos tricíclicos, também podem ser indicados após avaliação do paciente. Ademais, desde 2019, a ANVISA aprovou o primeiro tratamento preventivo específico para enxaqueca, trata-se de anticorpos monoclonais anti-CGRP.

“O Erenumabe é o primeiro anticorpo monoclonal humano desenvolvido especificamente para bloquear os receptores do peptídeo relacionado com os genes de calcitonina (CGRP), que é um dos responsáveis por desencadear crises de enxaqueca. É uma opção de prevenção das crises e dessa forma pode trazer qualidade de vida a alguns pacientes, uma vez que o número de dias com enxaqueca pode ser reduzido,” conclui André.