Crônicas
Estrela ou Cachoeiro?
Quando secretário da Prefeitura, principalmente na secretaria de Planejamento, era muito preocupado em preservar a rica e fascinante história de nosso município.
Por: Wilson Márcio Depes em 10 de maio de 2022
Quando secretário da Prefeitura, principalmente na secretaria de Planejamento, era muito preocupado em preservar a rica e fascinante história de nosso município. Com ajuda de Valério Fabris, me tornei um permanente discípulo de Jaime Lerner. De lá trouxe muitas ideias. Até que ele veio conhecer Cachoeiro e fez uma palestra no Jaraguá sobre administração pública. Disse-me: “Cachoeiro é um grande desafio por entre morros”. Nunca esqueci disso. Até mesmo a “Casa da Cultura”, que fica localizada na 25 de Março, contei à Marilene Depes outro dia, foi inspiração de Curitiba, e uma longa negociação com a família do sr. Alípio. Ali pretendíamos criar um acervo de nossa história, contada em prosa, verso, fotos, depoimentos, enfim. Curitiba nos infundia. Até o “Pintando na Praça”, com os regionais cachoeirenses nas manhãs de domingo.
Hoje, ao chegar ao escritório, recebi um email do sr. Marcos Corrêa Gonçalves, que é leitor assíduo desta Leia. Buscava informações sobre se “Roberto Carlos torce para o Cachoeiro ou para o Estrela?”. Lembrou – e quis tirar conclusões em razão disso – que o irmão do cantor, Laurinho, foi lateral direito do Cachoeiro F.C. . Rigorosamente certo, mas, prezado Marcos, tirar uma conclusão desse “indício” é uma temeridade, já que Roberto Carlos não entra em bola dividida. Para optar por um time ou outro, ele fica com todos. Não perderá um fã por causa disso.
Narro isso para demonstrar como Cachoeiro é rico culturalmente. Cachoeiro é, diria, uma história a ser contada. Tenho recebido várias sugestões para reeditar os livros de “Fotocrônicas”, nos quais traço perfis de figuras importantes que, até hoje, vivem em nossa saudade, em nosso imaginário sentimental e, até, mesmo folclórico. Alcenir, lépido e transbordando em saúde, é uma prova disso. Há poucos dias recebi um telefonema do professor Márcio Gomes. Ele pretende que eu vá conversar com seus alunos sobre os personagens dos dois livros. Lamento, muitas vezes, que minha profissão é marcada por prazos e isso me impede me deslocar. Mas quero conhecer novos personagens, até mesmo os que habitam e habitavam no imaginário dos alunos. Aliás, como fiz com o Fotocrônicas 2.
Tenho visto, nas redes sociais, postagens que demonstram a sede de conhecer a nossa história. A história, por exemplo, dos desfiles do Liceu, do saudoso Taveira, do professor de ginástica “seo” Eurico. Do Cachoeiro. Do Estrela. A saudade pousa em nossos corações e eu acho que é isso que nos leva, avidamente, a relembrar um tempo que se foi, mas que é saudade, história viva.