“Nosso estudo forneceu uma nova ferramenta para explorar o padrão diurno da atividade física e investigar seu impacto nos resultados de saúde”, disse Tongyu Ma, autor correspondente da pesquisa, em comunicado.
Os autores da investigação analisaram dados de 5.285 participantes disponibilizados de 2003 a 2006 na Pesquisa Nacional de Exame de Saúde e Nutrição dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA. Os indivíduos foram divididos conforme seus horários de atividade física: 642 pessoas faziam exercícios pela manhã; 2.456 ao meio-dia; e 2.187 de noite. Todos tiveram que usar acelerômetros no quadril direito por uma semana, removendo o instrumento apenas quando estivessem tomando banho ou nadando.
No grupo da manhã, os pesquisadores observaram uma forte associação linear entre a obesidade e a atividade física moderada a vigorosa, enquanto a mesma associação foi mais fraca nos demais grupos.
As pessoas com hábitos de atividade física diurnos, por outro lado, passaram mais tempo em comportamento sedentário do que quem se exercitava ao meio-dia ou de noite. Mesmo assim, o grupo que pratica exercícios logo cedo apresentou índice de massa corporal e circunferência da cintura mais baixos do que os dos outros grupos.
“Nossas descobertas propõem que o padrão diurno de atividade física moderada a vigorosa poderia ser outra dimensão importante para descrever a complexidade do movimento humano”, afirmaram os pesquisadores no estudo.
Rebecca Krukowski, psicóloga clínica e codiretora do centro Community-Based Health Equity da Universidade da Virgínia, nos EUA, que não esteve envolvida na pesquisa, comenta que são necessários mais estudos sobre o tema, já que o novo artigo é de corte transversal – isto é, ele analisa dados de um subgrupo de pessoas em um período específico. “Não se sabe se as pessoas que se exercitam consistentemente pela manhã podem ser sistematicamente diferentes daquelas que se exercitam em outros horários”, ela destaca.
Por exemplo, as pessoas que fazem exercícios de manhã podem ter horários mais previsíveis – elas podem ser menos propensas a trabalhar em turnos ou a ter responsabilidades que impeçam o exercício matinal. Horários mais fixos podem ter outros efeitos vantajosos sobre o peso que não foram medidos, assim como na duração/qualidade do sono e nos níveis de estresse.
Em geral, os participantes do grupo matinal eram 10 a 13 anos mais velhos do que os dos outros dois grupos. Havia também maior porcentagem de mulheres entre os indivíduos que praticavam exercícios cedo. A maioria dessas pessoas eram brancas não-hispânicas, tinham formação universitária ou superior e nunca usaram tabaco ou álcool.