Economia

Findes está construindo um centro de inteligência para desenvolver economia

O projeto também está em sintonia com a agenda de transformação digital da Findes, já consolidada na Federação com o Findeslab, um hub já totalmente integrado ao ecossistema de inovação no Estado.

Por: Redação em 17 de agosto de 2021

 

A Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) está construindo um centro de inteligência no oitavo andar da sede da Federação, em Vitória, o chamado DataLab, que reunirá profissionais qualificados para a produção de estudos e pesquisas. O centro vai embasar estratégias de atração de investimentos para desenvolver a economia capixaba.

O Centro de Inteligência contará com a expertise do Ideies, Senai, Sesi, IEL e Cindes, reunindo técnicos qualificados para estudos econômicos. O projeto também está em sintonia com a agenda de transformação digital da Findes, já consolidada na Federação com o Findeslab, um hub já totalmente integrado ao ecossistema de inovação no Estado.

A obra do DataLab da Findes deverá ser realizada entre os meses de setembro e dezembro deste ano. Apenas em equipamentos de tecnologia, como computadores e painéis interativos, serão investidos mais de R$ 750 mil.

“Essa iniciativa da Findes está em linha com o que vem sendo desenvolvido por outras Federações de Indústrias do país, em Estados como Santa Catarina, Paraná, Ceará e Goiás. Essas Federações já têm implantados os seus laboratórios de dados, que têm se mostrados fundamentais para fomentar o desenvolvimento das regiões em que estão inseridas”, comenta a presidente da Findes, Cris Samorini.

A industrial explica que, em um olhar mais atento para esses Estados, nota-se que Santa Cataria e Paraná assumem posições de referência nacional no que tange à competitividade. De acordo com a última edição do Ranking de Competitividade produzido pelo CLP (Centro de Liderança Pública), Santa Catarina posicionou-se em 2º lugar e Paraná em 4ª lugar, ambos à frente do Espírito Santo, que assumiu a 5º posição.

No pilar Inovação, que é medido dentre outros indicadores pela existência de empreendimentos inovadores no Estado, Santa Cataria e Paraná assumiram a 3ª e 4ª posição, respectivamente, entre as 27 unidades federativas. O Espírito Santo, por sua vez, está na 13ª colocação.

Já pela ótica da empregabilidade, os Estados de Santa Catarina e Paraná também são destaques nacionais. No primeiro trimestre de 2021, de acordo com o IBGE, as taxas de desocupação desses estados foram de 6,2% e 9,3%, respectivamente. Enquanto isso, o Espírito Santo registrou uma taxa de desemprego de 12,9%, e, no país, o índice de desocupação foi de 14,7%.

“Os bons resultados apresentados por Santa Catarina e Paraná certamente são explicados por uma confluência de fatores, mas, em comum, esses Estados têm em suas Federações de Indústrias centros de inteligências e laboratórios de dados que compõem o ecossistema de inovação de suas regiões, fomentando a atração de investimento e ajudando no desenvolvimento da economia local”, destaca Cris Samorini.

O trabalho desenvolvido pela Findes, em especial nos últimos anos por meio do Ideies, fortaleceu a geração de dados e informações no Espírito Santo.

“O DataLab, ao integrar ferramentas de big data com a capacidade de articulação institucional da Findes, fará a diferença para a atração de investimentos e, consequentemente, para o desenvolvimento da economia capixaba”, enfatiza a presidente da Findes.

 

FORMULAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS E PLANOS DE DESENVOLVIMENTO

Ao longo dos últimos quatro anos, o Ideies se consolidou no Espírito Santo como um importante centro de estudos econômicos para a formulação de políticas públicas e de planos de investimentos para o setor privado, contribuindo para a tomada de decisões de agentes econômicos ou gestores públicos.

Parte destas informações são disponibilizadas em produtos como, por exemplo, o Indicador de Ambiente de Negócios (IAN) e o IAN Cidade Saudável, criado em função da pandemia, que trazem informações sobre os 78 municípios do Espírito Santo, por meio de 72 indicadores, dispostos em uma plataforma digital interativa, gratuita e de fácil acesso.

Há ainda o Indicador de Atividade Econômica (IAE-Findes) que, trimestralmente, traz informações sobre o PIB das diversas atividades econômicas do Estado. A título de curiosidade, este resulta da manipulação de mais de 560 séries de dados, com 22 atividades que compõem o indicador, perfazendo as 13 séries de divulgação sobre o desempenho da atividade econômica capixaba para os setores da agropecuária, indústria e serviço.

Além disso, a Federação, por meio do Ideies, disponibiliza outros produtos mensais e trimestrais com informações sobre a conjuntura econômica do Estado, como o Boletim Econômico Capixaba; o Fato Econômico Capixaba; as Notas Conjunturais e o Observatório da Indústria com seus painéis interativos apresentando dados de fácil acesso.

Nos painéis disponibilizados pelo Ideies são encontrados mais de 600 indicadores, gráficos e análises dinâmicas, com recortes setoriais e regionais. Também são elaborados estudos econômicos setoriais tais como o Anuário do Petróleo, o estudo do setor agroalimentar e de confecção têxtil e calçado, resultado do projeto Industria 2035, que tem por objetivo direcionar o desenvolvimento sustentável da economia capixaba para os próximos anos.

Dentro do Industria 2035, por exemplo, construído com a participação de especialistas da academia e dos setores público e privado, destacam-se as Rotas Estratégicas. Por meio de sua metodologia de inteligência coletiva, são traçados caminhos para o futuro da Indústria do ES a partir da reflexão da situação atual, identificação das barreiras, construção da visão de futuro e elaboração de uma agenda de ações de curto, médio e longo prazo para todas as partes interessadas.

Já são cinco setores contemplados com a Rota Estratégica: agroalimentar, biotecnologia, petróleo e Gás e confecção, têxtil e calçado e mais recentemente o da construção.

 

HUB DE INOVAÇÃO

Todo o conhecimento do Ideies estará associado à expertise do Senai e do Findeslab – que promove o Programa de Empreendedorismo Industrial: ele conecta desafios de grandes empresas a propostas de soluções desenvolvidas por startups – com a instalação do DataLab da Findes.

No ano passado, o segundo ciclo do Programa de Empreendedorismo Industrial contou com 16 desafios propostos por 8 grandes empresas. O programa mobilizou mais de R$ 5 milhões em recursos para financiar o desenvolvimento das soluções selecionadas e atraiu mais de 250 startups de todo o país.

Participaram do programa as empresas ArcelorMittal, EDP Brasil, Fortlev, RealCafé, Samarco, Suzano, Unimed e Vale.

Como funciona? As empresas propõem os desafios, que são divulgados em edital pelo Findeslab.

As startups, então, submetem suas propostas de solução para os desafios. Os projetos são selecionados com base na sua competência tecnológica, e os planos de projeto são elaborados. Depois, ocorre a execução colaborativa do projeto.

Os projetos selecionados passam pelo método de aceleração do Findeslab, tendo acesso à expertise, tecnologia e investimentos necessários para criar um produto inovador viável em um ambiente de alta densidade.

 

TRANSIÇÃO PARA A INDÚSTRIA 4.0: FORMAÇÃO DA MÃO DE OBRA

O Senai é um grande complexo educacional de transferência de conhecimento, com o intuito de apoiar as indústrias capixabas na transição para a chamada quarta revolução industrial, ou a indústria 4.0.

Para isso, a Findes inaugurou, em julho, um novo bloco no IST, o Instituto Senai de Tecnologia em Eficiência Operacional. Esse espaço é o Senai da Beira-Mar, que vai formar mão de obra especializada para trabalhar nessa indústria do futuro.

A nova unidade do IST tem cursos de formação nas áreas de tecnologia da informação com foco em segurança cibernética e desenvolvimento de sistemas, gestão industrial, instrumentação, automação e mecatrônica.

O complexo inclui mais de 3 mil metros quadrados, com 20 laboratórios, salas de aula, salas de treinamento, biblioteca, videoteca e auditório.

“No novo Bloco do IST, a Findes vai trabalhar a formação de profissionais com conhecimento nas tecnologias habilitadoras para a Indústria 4.0, com foco em áreas como: Cibersegurança, Robótica Colaborativa, Programação WEB, Integração de Sistemas e Big Data. Estamos formando hoje o profissional do futuro”, afirma a presidente da Findes, Cris Samorini.