Saúde

Hidradenite supurativa: quando uma espinha pode virar um problema sério

Trata-se de uma doença inflamatória do folículo piloso, a estrutura da pele de onde nascem os pelos, e pode ser causada por diversos fatores.

Por: Redação em 2 de setembro de 2025

 

Imagine ter uma pequena espinha que, com o tempo, pode se transformar em uma lesão dolorosa, profunda e até exigir cirurgia. Essa condição tem nome: hidradenite supurativa. Trata-se de uma doença inflamatória do folículo piloso, a estrutura da pele de onde nascem os pelos, e pode ser causada por diversos fatores.

A hidradenite é uma doença imunomediada, ou seja, está ligada ao funcionamento do sistema imunológico da pessoa. Ela surge por uma combinação de fatores: predisposição genética, tabagismo, obesidade e um estilo de vida pouco saudável, com dieta rica em açúcares e carboidratos e pobre em vegetais.

A principal forma de prevenção, portanto, está em hábitos saudáveis: alimentação balanceada, prática de exercícios físicos e abandono do cigarro. Isso pode reduzir significativamente o risco de desenvolver a doença. Nos estágios iniciais, a hidradenite começa como uma pequena espinha, uma pústula, que, na maioria das vezes, seca sozinha.

No entanto, em alguns casos, evolui para furúnculos e abscessos, que podem regredir ou formar estruturas mais profundas na pele, chamadas túneis ou fístulas. Esses túneis inflamam repetidamente, comprometendo áreas próximas ou até surgindo em outras partes do corpo.

Quando essas estruturas se formam, o tratamento clínico geralmente não é suficiente. Nesses casos, é necessário recorrer à cirurgia para remoção. As regiões mais frequentemente afetadas são axilas, virilha, entre as coxas, região glútea, perineal, genitais, grandes lábios e bolsa escrotal. Também pode surgir entre as mamas e, mais raramente, em locais como couro cabeludo, nuca e atrás das orelhas — onde a doença pode se confundir com formas mais graves de acne.

Diagnóstico

O diagnóstico é feito principalmente por avaliação clínica, visualização e palpação das lesões, mas hoje a ultrassonografia de pele é um recurso importante. Esse exame ajuda a confirmar casos duvidosos, mapear lesões e planejar cirurgias. Em quadros muito extensos, especialmente na região genital e perianal, pode ser necessária uma ressonância magnética para diferenciar a hidradenite de outras doenças.

Não existe um exame de sangue capaz de detectar a hidradenite supurativa. Uma vez feito o diagnóstico, o tratamento é iniciado com medicamentos — geralmente antibióticos e imunobiológicos, que conseguem controlar a maior parte dos casos. No entanto, lesões mais profundas e com túneis não respondem apenas a remédios e exigem abordagem cirúrgica.