Saúde
Incontinência urinária afeta mais de 10 milhões de brasileiros
O impacto da incontinência urinária na qualidade de vida das pessoas não deve ser subestimado, já que esta condição pode levar a constrangimentos, restrições nas atividades diárias e até problemas emocionais.
Por: Redação em 18 de agosto de 2023
Urologista da Unimed Sul Capixaba Carlos Frederico Buloto Schmitd
Apesar de não ser um assunto tão comum, a incontinência urinária é um problema que afeta milhões de pessoas. Segundo estimativas da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), são cerca de 10 milhões de brasileiros que convivem com escapes de urina. A estimativa é dividida entre 45% das mulheres e 15% dos homens acima de 40 anos que sofrem com essa condição. O número é superior ao de diabéticos no Brasil.
Segundo o urologista da Unimed Sul Capixaba Carlos Frederico Buloto Schmitd, a incontinência urinária é a perda involuntária da urina e a explicação do porquê as mulheres serem mais afetadas do que homens está no fato de elas possuem estruturas musculares mais frágeis na região pélvica, o que prejudica a sustentação dos órgãos e tendem a ter uma menor contração.
“Existem muitos tratamentos disponíveis. No entanto, é fundamental buscar ajuda médica para receber um diagnóstico adequado e encontrar a melhor abordagem. É preciso entender as causas, que podem ser fraqueza dos músculos do assoalho pélvico, alterações hormonais, obesidade, envelhecimento. Cada paciente é único e é por isso que uma abordagem personalizada é essencial”, complementa.
O impacto da incontinência urinária na qualidade de vida das pessoas não deve ser subestimado, já que esta condição pode levar a constrangimentos, restrições nas atividades diárias e até problemas emocionais, afetando a autoestima. Atualmente, existem diversas opções de tratamento disponíveis, desde exercícios de fortalecimento muscular a medicamentos e, em último caso, cirurgia. O urologista reforça que quem tem o problema deve buscar ajuda porque, geralmente, a questão não se resolve sem alguma intervenção.
“Muitas vezes, pequenas mudanças no estilo de vida, fisioterapia pélvica e exercícios feitos em casa podem resolver o caso. Esta é uma questão que pode ser resolvida de forma simples, se iniciar as condutas de tratamento o quanto antes”, instrui.
Quem sofre com a condição desde a adolescência é a dona de casa Helen Cardoso, de 51 anos. Segundo ela, os escapes começaram quando ela espirrava, tossia ou dava uma gargalhada. E, de acordo com a avaliação médica da época, ela pode ter desenvolvido a condição por pegar muito peso.
“Depois que tive filho, piorou e com o avanço da idade também. A primeira vez que procurei um urologista foi aos 37 anos. Ele me indicou atividade física na época. Mas, não resolveu e eu segui convivendo com a incontinência. Agora, já estou na condição de não poder deixar a bexiga cheia e, muitas vezes, ao acordar, não dá tempo de chegar ao banheiro sem acontecer um escape. Este ano, recebi a indicação de cirurgia e não fiz ainda porque preciso emagrecer um pouco antes de operar e também cuidar da minha glicose, porque estou pré-diabética”, conta.
Há 11 anos, ela participa diariamente da Caminhada Orientada, projeto da Unimed Sul Capixaba. Ela acontece de segunda a quinta-feira, das 6h às 8h da manhã, na avenida Beira-Rio, em Cachoeiro de Itapemirim, com saída em frente ao Teatro Rubem Braga. A atividade oferece orientações e acompanhamento profissional para a prática de atividades físicas e é ofertado gratuitamente a toda a sociedade, não somente clientes da cooperativa. Os participantes são divididos em turmas que partem para a caminhada a cada 15 minutos, realizando alongamento prévio.