Crônicas

Itabira, saudade de um tempo eterno

Lia, no velho Câmara Cascudo, sem saudosismo, que quando a região se povoava no trabalho da terra, vieram também os semeadores da Fé, pregando e sofrendo ao lado dos homens pecadores.

Por: Wilson Márcio Depes em 13 de agosto de 2025

 

Lia, no velho Câmara Cascudo, sem saudosismo, que quando a região se povoava no trabalho da terra, vieram também os semeadores da Fé, pregando e sofrendo ao lado dos homens pecadores. Este texto irrompeu depois que, curioso, passei pelo Frade e a Freira em busca das obras que estão proclamando para o Itabira, semelhante a Buenos Aires, próximo de Guarapari. Aliás, um amigo, quando do lançamento do livro sobre a história Ferraço, me vendo conversar com o prefeito, pediu que o reforçasse o apelo em busca das transformações do Itabira, em busca de lazer.

Pedi a ele que relesse Câmara Cascudo, conversando sobre o Frade a Freire. Isso porque, na minha imagem de infância, o Itabira era um prolongamento de minha imaginação. Nunca, desculpe, separei as duas imagens. E não o faço até hoje. Por certo, em razão de influência do Cascudo. Assim: “Nas margens do Itapemirim, andavam as suas sombras, negras, lentas, numa procissão de martírio, resistindo às tentações da floresta, do silêncio e da vontade envolvedora”.

Como gostaria que um nosso poeta o fizesse – de preferência de nossa Academia – em relação ao Itabira. Como fez minha sobrinha Danusa Depes Portas: “Como um poeta escondido/Na luz do pensamento/ Cantando hinos espontâneos/Até que o mundo esteja forjado/Por simpatia com esperanças e temores não considerados … Mais amado por seu mistério… Imagem meio-escondida”.