Música
Léo de Paula lança álbum conceitual de percussão contemporânea
Léo de Paula é professor de percussão do Projeto Vale Música Serra, instrutor de oficinas do Museu Capixaba do Negro “Verônica da Pas” (Mucane) e de cursos livres de música do Centro Cultural Sesc Glória.
Por: Redação em 28 de outubro de 2021
O músico percussionista, professor, produtor e compositor Léo de Paula disponibiliza nas plataformas digitais, nesta sexta-feira (29), o conteúdo do primeiro álbum autoral, “Grão: Território Percussivo”, selecionado pelo Edital Setorial de Música, da Secretaria da Cultura (Secult). O trabalho, que também terá edição em CD, reúne 12 composições divididas entre obras de concerto contemporâneas e peças escritas para trilha sonora de espetáculos de dança afro-brasileira.
Entre outras atividades, Léo de Paula é professor de percussão do Projeto Vale Música Serra, instrutor de oficinas do Museu Capixaba do Negro “Verônica da Pas” (Mucane) e de cursos livres de música do Centro Cultural Sesc Glória.
O recital de lançamento do álbum “Grão: Território Percussivo” será no dia 23 de novembro, às 16 horas, no Museu Capixaba do Negro, em Vitória. Durante o evento, Léo de Paula vai apresentar as composições do álbum com a participação do Grupo de Percussão do Projeto Vale Música Serra e do Projeto Badu de Dança Afro-Brasileira.
O CD físico vem em formato digipack, em cuidadoso trabalho gráfico, e traz ainda textos produzidos pelo compositor para cada faixa, em encarte com oito dobras e fotografias de Tadeu Bianconi e Ariane Dourado.
Pesquisa
Gravado em Vitória, entre setembro de 2019 e janeiro de 2021, o CD é resultado de uma pesquisa desenvolvida pelo artista em torno de territórios percussivos que compreendem tanto a música miscigenada de rua e o carnaval quanto o ambiente de concerto e a experimentação. Léo de Paula define o álbum como uma junção de “música de concerto contemporânea para percussão e obras para espetáculo de dança”. Trata-se de um trabalho vigoroso, em que o músico se propõe a expressar diferentes olhares sobre as possibilidades de sons, ritmos e cores sonoras, proporcionadas pelos mais de 20 instrumentos utilizados por ele nas gravações, entre os quais handpan, tambores de língua de aço, marimba, berimbau, pandeiros, tambor de congo, chocalhos, caxixis, sementes amazônicas, timbal e cuícas.
“A família dos instrumentos de percussão é território fértil: são muitas formas de obtenção sonora, cores timbrísticas, materiais que percutem e que são percutidos, sensações que são despertadas e que remetem a linguagens, lugares e tradições diretamente conectadas ao universo percussivo”, observa o músico, que, entre 2010 a 2015, integrou o naipe de percussão da Orquestra Sinfônica do Espírito Santo (Oses). Todas as composições são de Léo de Paula, com exceção de “Grão”, de Leonardo Gorosito, dedicada ao compositor; e “Das águas”, em parceria com a cantora Ekaterina Bessmertnova, que faz vocalises nesta faixa.
O caldeirão sonoro abrange ritmos, como o ijexá e o congo, azeitado por pitadas de frevo, maracatu, samba, funk e forró, com especial atenção ao sincretismo religioso originário da filiação do Brasil à África. “As referências composicionais vão desde o potencial de protagonismo inerente a tais instrumentos (muitas vezes relegados ao exótico e folclórico), passando por alusões a arquétipos sagrados afro-brasileiros, pelo misterioso fascínio provocado pela natureza e pela experiência marcante da paternidade”, destacou Léo de Paula.
Ele dedicou a obra em três movimentos “Andryusha” ao filho Andrey, cujo nascimento se deu durante a feitura do álbum: “Andryusha é uma forma carinhosa atribuída ao nome Andrey. É uma obra em três movimentos escrita para o meu filho: Andrey Bessmertnov de Paula. O processo de composição se deu a partir de um mergulho na gestação, no nascimento e nos primeiros meses de vida e desenvolvimento, já repletos de estímulos artísticos criativos”, revelou.
Além da música contemporânea de concerto para percussão, a outra parte do material gravado por Léo de Paula no CD contempla composições escritas pelo músico em 2019 para espetáculos de dança, a partir de uma estética que dialoga com a world music. São músicas que fizeram parte da trilha do espetáculo “Macurá-Dilê” e foram recoreografadas e incorporadas ao repertório e dramaturgia do espetáculo “Ipuan”, elaborado entre o fim de 2020 e início de 2021, e IIAÔ, elaborado no segundo semestre de 2021, pelo Projeto de Dança Afro-Brasileira Badu.
Mais que a escuta, mas também a partir dela, “Grão: Território Percussivo” incorpora o desejo de somar à produção e difusão de uma linguagem autêntica no terreno da música.
Serviço:
CD “Grão: Território Percussivo”, de Léo de Paula
Lançamento on-line: 29 de outubro, com disponibilização do conteúdo do CD nas plataformas digitais Spotify e Deezer.
Lançamento presencial: dia 23 de novembro, às 16 horas, no Museu Capixaba do Negro (Mucane) – Avenida República, 121, Centro, Vitória, com recital de Léo de Paula e a participação do Grupo de Percussão do Projeto Vale Música Serra e do Projeto Badu de Dança Afro-Brasileira, desenvolvido pela Estação Conhecimento de Serra. Evento aberto ao público.
Apoio: Projeto selecionado pelo Edital 033/2019, da Secretaria da Cultura (Secult), e realizado com recursos do Funcultura.
Onde adquirir o CD: no site da FiNA Produtora – www.finaprodutora.com.br
Preço: R$ 20,00
Ficha Técnica:
Concepção, direção, produção musical e execução de todos os instrumentos: Léo de Paula
Vocal em “Das Águas”: Ekaterina Bessmertnova
Gravação, mixagem e masterização: Roger Rocha
Produção executiva: Fernanda Nali
Projeto gráfico: Werllen de Castro
Fotografias de capa e encarte: Tadeu Bianconi
Textos: Léo de Paula e Fernanda Nali
Produção: FiNA
www.finaprodutora.com.br
Gravação: RB Estúdio (setembro 2019) e Estúdio Don (janeiro 2021)
Sobre Léo de Paula:
Léo de Paula é músico percussionista, professor, produtor e compositor de trilhas sonoras para espetáculos de teatro e dança. Atualmente, é professor de percussão do Projeto Vale Música Serra. Graduou-se bacharel em Música com habilitação em Percussão pela Faculdade de Música do Espírito Santo (Fames), em 2013. Recebeu prêmios, como o título de “Honra ao Mérito”, concedido pela Câmara Municipal de Vitória (ES), em reconhecimento aos relevantes serviços prestados à população, por ocasião da comemoração do Dia Nacional do Samba de 2016; e o prêmio de 3º colocado no IV Concurso Jovens Músicos – Música no Museu (concurso misto em âmbito nacional), realizado em 2011, na cidade do Rio de Janeiro.
Apresentou-se em países, como Holanda, Sérvia, Inglaterra e Estados Unidos (Carnegie Hall, Nova York), e em salas como o Teatro Municipal (RJ) e a Sala São Paulo (SP). Com a Camerata Brasil/Vale Música, realizou turnês nacionais e gravou dois CDs, sob a coordenação do maestro e pianista Marcelo Bratke, entre 2009 e 2013, obtendo reconhecimento internacional no “The New York Times” e na “BBC” Londres.
De 2015 a 2019, se apresentou em recitais-solo, recitais-palestra e ministrou oficinas em Sesc’s de estados, como Acre, Amapá, Amazonas, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Rondônia e Tocantins. De 2017 a 2019, realizou turnês na Rússia, apresentou-se e ministrou masterclasses em Moscou, Kazan e Ufá, com reconhecimento em canais de TVs locais, inclusive participando da programação oficial da FIFA Fan Fest, em São Petersburgo (Copa do Mundo 2018); foi membro do júri internacional e ministrou masterclass na programação do Festival-Concurso “Drum Wave”, nos anos de 2018 e 2019; em 2020, foi premiado nos editais nacionais da Funarte “Respirarte”, com a coletânea de clipes Macurá-Dilê, e “Arte por toda Parte”, com a oficina “Toques bantos e influências na musicalidade brasileira.
Foi selecionado e se apresentou na programação on-line do Sesc “ConViDA!”, na categoria “Música Brasileira de Concerto”, disponível no YouTube. Participou como instrumentista do flashmob on-line e diretor do Grupo de Percussão Vale Música, dentro da programação do Festival “Drum Parade 2020”, em celebração ao aniversário de 317 anos da cidade de São Petersburgo.
No Espírito Santo, foi premiado nos editais emergenciais de 2020 do Governo do Estado e do município de Vitória (concertos on-line “Conexão Rússia-Brasil”, em duo com Ekaterina Bessmertnova).
Paralelamente à atividade artística, foi instrutor de oficinas no Museu Capixaba do Negro, de 2017 a 2021; gravou a oficina “Congo de Ouro e outros congos”, premiada pela Lei Aldir Blanc, no edital do município de Vitória em 2020; e lecionou as disciplinas Percussão e Música de Câmara na Fames e em cursos livres de música do Sesc Glória. Atuou ainda como comentarista e julgador do quesito bateria, nos grupos A e B, nos desfiles das escolas de samba do carnaval capixaba. Compôs e gravou/executou ao vivo a trilha dos espetáculos de dança/teatro “Colorido ao Cinza” (2015), “Kalunga” (2017, 2018, 2021), “Macurá Dilê” (2019), “Terra sem Males” (2021) e “Ipuã” (2021).
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