Artigo

Liberdade nas relações de poder do Capitalismo

Toda e qualquer liberdade trará consigo responsabilidades, para o seu portador, para com o próximo e para com o meio em que se habita.

Por: Redação em 4 de julho de 2022

 

A liberdade dos seres humanos é necessariamente uma forma de manter o poder e está condicionada ao grande acúmulo de conhecimento e aos acessos ao mesmo, pois no instante que adentramos o desconhecido adicionamos um dado a mais da realidade e assim ampliamos o nosso campo de ação.

Toda e qualquer liberdade trará consigo responsabilidades, para o seu portador, para com o próximo e para com o meio em que se habita. Uma sociedade ou grupo de indivíduos livres deve garantir que as relações humanas aconteçam sem que a liberdade de seus integrantes seja reduzida ou extinta de forma arbitrária restringindo as ações e diminuindo a dignidade.

No capitalismo, as relações de poder recobrem todos os âmbitos da vida, encharcando cada um com uma espécie de elixir próprio para seguir. Mesmo, quando há luta, a preocupação para reconhecê-la recai na efetividade do que se conseguiu obter para si. Sua própria autenticidade, isto é, se o que está acontecendo é mesmo uma luta ao poder, ou é objeto de desconfiança. É como se houvesse uma impossibilidade entre a liberdade, representada pela luta, e as relações de poder.

Essa relação de fingimento com a liberdade não é própria da sociedade do capital. O que impera no capitalismo é a permissividade, como um verniz de uma sociedade liberada. Atualmente, o cuidado por mistificar a liberdade assume diversas formas, uma delas é o discurso da proteção na fina relação com a difusão do medo e da angústia. Ou então, como se a liberdade só fosse possível na ausência de relações de poder.

Entrementes, concluímos que a liberdade dos homens jamais é assegurada pelas instituições e leis que têm por função garanti-la. Não porque elas são ambíguas, mas porque a “LIBERDADE” é o que se deve exercitar. A liberdade não diminui ao livre-arbítrio, à mera escolha entre duas coisas já dadas, ou a uma questão de vontade, mas se manifesta-se na ação.

Michel Barros El Aridi Bacharel em Direito. Servidor Público. Pós-graduado pela escola superior do Ministério Público. Tecnólogo em Gastronomia. Associado nível I do Instituto Mais Líderes.