Crônicas

Malta

Vivemos sentimentos alternantes: angústia, medo, esperança... Lembro-me da formatura no Grupo Escolar, do Ginasial e Técnico; lembro-me da Faculdade e toda dificuldade de um início de vida adulta.

Por: Sergio Damião em 14 de julho de 2025

Vivemos sentimentos alternantes: angústia, medo, esperança… Lembro-me da formatura no Grupo Escolar, do Ginasial e Técnico; lembro-me da Faculdade e toda dificuldade de um início de vida adulta. Nada se compara aos tempos atuais. Algo diferente em nós e nos outros: nos olhares… No Brasil, e no mundo, o noticiário televisivo noturno continua assustando. Nas noites, tal qual Sherazade venceu a morte com os contos das Mil e Uma Noites, nos vídeos das cidades, praias, montanhas, lagos, pirâmides e pessoas, venço as minhas angústias, enquanto o clarão do dia não se anuncia acima do rio Itapemirim, Frade e a Freira e o Pico do Itabira. Nas noites cachoeirenses, através de livros e vídeos: Visitei Jerusalém, me banhei no rio Jordão, escalei os Montes de Sião e a Montanha dos Sermões. Terminei no Santo Sepulcro. De Israel fui ao centro de Paris e aos jardins de Versalhes. Atravessei o Atlântico e me detive em frente à Estátua da Liberdade. Retornei a Europa e esquiei nas montanhas dos Alpes Suíços e me alegrei com os tetos das casas dos seus vilarejos e na Alemanha me encantei com as figuras folclóricas em meio aos raios solares da Floresta Negra. Nas noites de abril, visitei a América do Sul: revi a Catedral de Lima; as esculturas de Botero em Bogotá e Medellin; sentei ao lado das águas caribenhas de Cartagena e reli os textos do realismo mágico e fantástico de Gabriel Garcia Marquez. Voltei a Cusco e me deslumbrei com Machu Picchu; caminhei pelos bosques de Palermo em Buenos Aires. Por fim, mergulhei nas águas mornas das praias do nordeste brasileiro. Nas noites de maio, enquanto pensava nos contos de Sherazade, que entretinha o Sultão e evitava a morte ao amanhecer, conheci o Irã e me surpreendi com a riqueza de sua cultura persa; no Iraque, junto ao rio Eufrates, localizei os Jardins Suspensos da Babilônia. Revi Istambu e os balões coloridos da Capadócia. No último fim de semana de maio, conheci Malta: um país arquipélago no mar mediterrâneo, entre a Sicilia e o norte da África. Uma cultura acumulada dos povos fenícios persas, gregos, romanos… Uma beleza que se acentuou com a chegada dos Cavaleiros da Ordem de São João (Hospitalários), contemporâneos dos Templários nas Cruzadas em Jerusalém, uma Ordem Cristã que passou a se chamar Cavaleiros de Malta.