Crônicas
Memórias da Feijoada que não fui…
De tanto divulgar, acabei não tendo a oportunidade de ir à Feijoada, a maior festa desta Revista Leia. Soube que foi um sucesso.
Por: Wilson Márcio Depes em 15 de setembro de 2025
De tanto divulgar, acabei não tendo a oportunidade de ir à Feijoada, a maior festa desta Revista Leia. Soube que foi um sucesso. Uma gripe fortíssima me abateu. Até Marilene pôde curti-la da Itália. Não diria curtir, deu um apoio moral através das redes sociais. Em contrapartida, acompanhei o 7 de setembro naquilo que ele teve de pior: a luta insana contra o julgamento dos golpistas. A figura mais ridícula foi a do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que chamou o Ministro Moraes de tirano, além de se mostrar um bajulador de quinta categoria. Tudo isso em busca do apoio de Bolsonaro para sua candidatura a presidente.
Esperto foi Ferraço que divulgou, nas redes, um pronunciamento que fez quando o Brasil estava no auge da luta contra a ditadura militar (1964). Disse o velho político: “Diretas Já!”. Ficou bem com o Supremo Federal e com o governo federal. Além de espantar – e ensinar – sua assessoria de direita como se faz política. Talvez tenha sido a tirada mais inteligente dos políticos que andaram se pronunciando por aí. Ficou de bem com todas as alas.
Conto. Na ditadura do Estado Novo, as amizades de José Lins do Rego, com os donos de poder, serviram-lhe para obter a liberdade de Graciliano Ramos, torturado, massacrado moralmente na Colônia Correcional de Dois Rios, da qual saiu seu livro “Memórias do Cárcere”. Só espero que, a essa altura de minha vida, possa citar alguém, como José Lins, que não levou muito a sério da precariedade de sua grandeza.Nunca soube que
teria utilizado as amizades dos poderosos ou de suas intimidades para se submeter. O 7 de setembro, agora, foi uma vergonha nesse aspecto. Conta um pedaço da história da Brasil muito triste. Da submissão, da hipocrisia, tudo em busca do poder. O exemplo do governador de São Paulo deve ser esquecido. Perdi minha feijoada… histórica. Triste.