Especial

Mônica Pitanga: Mãe atípica e rara

Mônica Pitanga é a primeira personagem do nosso Especial Dia da Mulher. Ela viu a sua vida mudar aos 23 anos, quando engravidou de Luiza

Por: Redação em 7 de março de 2022

 

Em homenagem ao Dia da Mulher, a Revista Leia preparou um especial que vai contar a história de mulheres cachoeirenses que fazem a diferença na vida de várias pessoas ao longo do mês de março. Com seus projetos, ações e muita força de vontade, elas estão mudando e revolucionando tanto as suas vidas quanto as histórias de muitas outras pessoas.

Aproveitamos a ocasião para desejar um Feliz Dia da Mulher a todas. Que essa data traga ainda mais a reflexão sobre respeito, igualdade e empoderamento. E que todas vocês se sintam homenageadas através das nossas personagens!

Cachoeirense, 42 anos, casada e mãe de 3 filhos. Mônica Pitanga é a primeira personagem do nosso Especial Dia da Mulher. Ela viu a sua vida mudar aos 23 anos, quando engravidou de Luiza. Ao 7º mês de gravidez, ela acabou tendo uma intercorrência e a pequena nasceu prematura, ambas ficaram entubadas por muitos dias e Luiza foi diagnosticada com paralisia cerebral. Depois, aos 11 anos, Luiza foi diagnosticada com Charcot Marie-Tooth (CNT), uma doença que provoca fraqueza e falta de sensibilidade nas mãos e pés.

Foi a partir daí que Mônica viu sua vida mudar. Trabalhando diariamente para lutar pelos direitos da sua filha, em 2018, ela criou um grupo no WhatsApp chamado “Juntos Somos mais Fortes”. A partir dessa rede ela começou a se deparar com outras realidades e a reconhecer os seus privilégios. E essa foi a virada de chave para que ela entendesse que deveria criar um movimento muito maior para defender o direito de todas as pessoas com deficiência. “Por conta desse grupo, eu abri os olhos para uma realidade que eu não conhecia e, Entendendo os meus privilégios, percebi que poderia abrir portas para as pessoas com deficiência que são em invisibilizadas.”, conta Mônica Pitanga.

 

 

E, assim, o MOVA.SE foi criado. A ONG luta pela acessibilidade e inclusão e o principal trabalho é o “MOVA.SE nas escolas”, que conscientiza as crianças e as convidam a viverem a realidade dos colegas, sentando na cadeira de rodas e dando uma volta na escola. Além disso, as crianças também adquirem conhecimento de uma forma lúdica e muito divertida, com contação de histórias e bonequinhos de pano. O MOVA.SE também faz campanhas junto à sociedade pelo direito das pessoas com deficiência. Mas não para por aí. Além de participar ativamente do MOVA.SE, ela também trabalha como educadora parental, atendendo famílias e dando palestras para conscientizar os pais sobre a importância do encorajar os filhos. “É preciso enxergar a criança com deficiência além do diagnóstico, acreditar no potencial delas, focar nos pontos fortes, não superproteger ou mimar. Para isso, utilizo ferramentas da parentalidade positiva e disciplina positiva para crianças com deficiência e inteligência emocional”, explica Mônica.

Todo esse esforço tem rendido bons frutos para Mônica. Emocionada, ela conta que recebe muitos relatos de pessoas que foram transformadas com o projeto, melhorando a autoestima e até depressão.

Felicidade, superação e muito trabalho, são algumas das palavras que descrevem essa mulher que se orgulha da história que construiu a partir do momento que se tornou uma mãe atípica. “Fico muito feliz em saber que, de alguma forma, a minha história e tudo o que venho lutando durante todo esse tempo tem mudado a vida das pessoas. É gratificante poder ver nas ruas e estabelecimentos, lugares sendo reformados ou construídos no padrão da acessibilidade. É um trabalho de formiguinha, mas só de saber que, através dele, a vida de uma pessoa foi mudada, já me sinto feliz e vejo que estou no caminho certo”, finaliza Mônica Pitanga.