Artigo
Na essência é só amor…
A Festa de Cachoeiro precisa ser refletida em muitos aspectos. Com bairrismo, eu diria, simbolicamente, que ela possui reflexos até no mundo... Sobretudo porque os tempos mudaram.
Por: Wilson Márcio Depes em 3 de julho de 2025
A Festa de Cachoeiro precisa ser refletida em muitos aspectos. Com bairrismo, eu diria, simbolicamente, que ela possui reflexos até no mundo… Sobretudo porque os tempos mudaram. E mudaram muito. Basta dizer que um amigo dos velhos tempos, que reside no Rio, me contou que, hoje, faz terapia através de Inteligência Artificial – a famosa IA. Como cachoeirense que não perde a oportunidade, fui logo indagando: – Quais o resultados que chegamos sobre sua paixão sobre a Festa de Cachoeiro? Ele me respondeu que é uma história longa e profunda. Começa com a Banda 26 de Julho, passa pelo “seu Zezinho”, os bailes nos clubes, a Exposição Agropecuária, os artistas que vinham abrilhantar, até mesmo o pipoqueiro de sua rua, que até hoje ele lembra do nome. Não esquecendo, nunca, da namorada, que se aprontava toda e cortava o cabelo no “Salão do Bráulio”, na Praça Jerônimo Monteiro…
– Você se lembra de tudo isso? perguntou. Respondi: Claro que sim. Aproveitei para indagar: – o que significou tudo isso para você, na sua formação? “Significou tanto que estou pagando caro pra fazer análise. Aliás, com o que há de mais moderno: IA”. Só assim pude entender, mais ainda, como o sentimento de um cachoeirense como Newton Braga pode ser tão grande e forte. Com saudades dos amigos que partiram para outras cidades, inventou uma singela festa para que eles pudessem se reencontrar. Simples assim.
Aliás, não sei a razão, lembrei de Clarice Lispector, quando ela dizia que “eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões, é que se ama verdadeiramente”. Está resolvido: Newton queria, ao contrário, conhecer as incompreensões para aproximar mais ainda seus conterrâneos, exatamente na Festa de Cachoeiro. O símbolo da festa poderia ser um imenso e terno abraço.
Entre um gole e outro, estará Newton feliz com a festa. Uma festa, aliás, que começa com um profundo e fraterno abraço entre irmãos; um abraço de chegada outro de partida. Principalmente num momento tão conturbado como o mundo vive, entre bombardeios e o lema: “aceitar a paz forçada ou pagar para ver”.