Crônicas

O Palácio da cultura

Embora - preciso desta observação - possamos fazer muito mais: trazer muitos assentamentos que ficaram para trás. Mas isso é papel para comunidade como um todo.

Por: Wilson Márcio Depes em 6 de novembro de 2024

Por certo que tanto Newton Braga, criador da Festa de Cachoeiro, como seu irmão Rubem Braga, maior cronista do país de todos os tempos – sem qualquer bairrismo –, onde estiverem ficarão orgulhosos, orgulhosos não, muito vaidosos com o novo Bernardino Monteiro, obra de arte de nível nacional. Registra e resgata a história de nossa cidade. Embora – preciso desta observação – possamos fazer muito mais: trazer muitos assentamentos que ficaram para trás. Mas isso é papel para comunidade como um todo. O prefeito Victor fez, com apoio do governador Renato, mas o prefeito Ferraço, por certo, vai preservar e aprofundar o trabalho.

Mas, preciso dizer, nada pode macular essa obra, sob pena de violentar a nossa rica história. Se pudesse e não fosse tão antigo, diria, como na canção, o Bernardino, hoje, “é um palco iluminado”. Ferraço tem que escolher a dedo um (a) secretário de Cultura para cuidar de nossa história.

Bem, vou em frente. Domingo, a Academia Cachoeirense de Letras, sob comando de Marilene, produziu um belo espetáculo, com a posse de novos acadêmicos. Vidas foram vividas, imortais relembrados com emoção, corais interpretando, com músicas indo e vindo de todos os cantos do velho prédio.

Aliás, neste prédio aprendi as primeiras letras, os primeiro castigos de joelhos nos gabinetes, os princíoafinal, a alfabetização com a avó de Ricardo Ferraço, d. Maria Carmem Rezende, mãe de Marilia, e dona Hilda Mancini. Tudo voltou de forma doce, amena, aplacando a tão dura realidade dos dias úteis. Nada ficou velho, tudo era simples, como a música “Meu pequeno Cachoeiro”, de Raul Sampaio. Eu passo a vida recordando/ De tudo quanto aí deixei…”.

Quando Ziraldo assumiu a Funarte, consegui alguns instrumentos para nossas Bandas musicais. Visitei todas instalações, acompanhado por ele. Mas, sem bairrismo, quero dizer que o nosso Bernardino Monteiro é muito mais grandioso. Sobretudo pela importância histórica e afetiva. Que meus amigos (a)s mais íntimos possam justificar por que a emoção não me deixou escrever mais agora.