Artigo

Pessoa e seus heterônimos

O nome é uma homenagem ao Santo casamenteiro que nasceu em Lisboa (Fernando) e vive e morre na Itália (Pádua) como Antônio. Fernando Pessoa, em vida, publicou um livro: Mensagem.

Por: Sergio Damião em 3 de julho de 2023

Fernando Antônio Nogueira Pessoa, nasceu em Lisboa, Portugal, em 13 de junho de 1888. O nome é uma homenagem ao Santo casamenteiro que nasceu em Lisboa (Fernando) e vive e morre na Itália (Pádua) como Antônio. Fernando Pessoa, em vida, publicou um livro: Mensagem.Publicou já no fim de sua existência na terra, um ano antes de sua morte, em 1935. Das suas reflexões guardadas em uma arca nasce um livro inquietante: Desassossego. Ele revela: “Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão. ” Nos fragmentos poéticos fala sobre o amor: Amor não se conjuga no passado, ou se ama para sempre ou nunca se amou verdadeiramente; na prudência: Nunca cultives coisas absolutas, como a castidade absoluta ou a sobriedade absoluta: a maior força de vontade é a do homem que gosta de beber e se abstém de beber muito e não a daquele que não bebe de todo; do desejo: O que é doença é desejar com igual intensidade o que é preciso e o que é desejável, e sofrer por não ser perfeito como se sofresse por não ter pão. O mal romântico é este: querer a lua como se houvesse meio de a obter. Fala da dor: O que me dói não é / O que há no coração / Mas essas coisas lindas / Que nunca existirão… Sobre ensinar: Não ensines nada, pois ainda tens tudo que aprender. Sobre escrever: A literatura é a maneira mais agradável de ignorar a vida. Menciona os poetas: O poeta é um fingidor / Finge tão completamente / Que chega a fingir que é dor / A dor que deveras sente. Filosofa: Sê tolerante, porque não tens certeza de nada. / Espera o melhor e prepara-te para o pior. Pondera: Quando vier a primavera, / Se eu já estiver morto, / As flores florirão da mesma maneira / E as árvores não serão menos verdes que na primavera passada […] Podem rezar latim sobre o meu caixão se quiserem. / Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele. / Não tenho preferências para quando não puder ter preferências. / O que foi, quando for, é que será o que é… Na vida: Navegar é preciso; viver não é preciso. Quer pouco: terás tudo. Quer nada: Serás livre. / Não querer é poder. Vivo sempre no presente. O futuro, não o conheço. O passado, já o não tenho. Vivemos todos, neste mundo, a bordo de um navio saído de um porto que desconhecemos para um porto que ignoramos; devemos ter, um com os outros, uma amabilidade de viagem.