Artigo
Por quanto você venderia sua liberdade?
Pode parecer absurdo o título deste texto, mas é mais comum do que a gente imagina. A liberdade nos é colocada como um direito, positivado na Constituição Federal e em dezenas de tratados internacionais.
Por: Redação em 24 de outubro de 2022
Pode parecer absurdo o título deste texto, mas é mais comum do que a gente imagina. A liberdade nos é colocada como um direito, positivado na Constituição Federal e em dezenas de tratados internacionais. Mas tem um detalhe, a liberdade não é um direito, é uma conquista!
E normalmente quem nunca precisou lutar por ela está a um passo de perde-la – e por uma pechincha – seja por um discurso fácil e sedutor de um político populista com a promessa que está tomando essa ou aquela atitude “para o seu próprio bem”. E quem nunca fez o mínimo esforço por ter uma vida mais livre, aceita aquilo que lhe é posto sem resistência alguma.
Mas não se engane, isso não é feito de uma só vez! Essa conquista que gerações anteriores lutaram tão arduamente para que hoje pudéssemos falar e pensar no que quiséssemos e em qualquer ambiente, lhe é arrancada aos poucos. Tal qual a fábula do sapo que é jogado numa água quentinha e gostosa e não percebe que está sendo cozido aos poucos, pois se fosse jogado já numa água fervendo logo pularia.
Quando uma geração inteira, que não sabe o preço que foi pago por sua liberdade, é submetida a um ensino superior – principalmente na área de humanas- e que lá lhe é feito uma lavagem cerebral enviesada sempre para o progressismo, socialismo e até mesmo o comunismo, começamos a achar normal políticas coletivistas que colocam os direitos coletivos a cima dos direitos individuais e sempre com o discurso que assim não for feito logo você não se importa com o próximo e com os grupos A, B ou C.
Não é tarefa fácil defender ideias liberais, pois muitas vezes não são muito bem compreendidas, pois é muito fácil defender que o Estado tem obrigações infinitas com você, que há uma dívida histórica e que lhe deve uma série de direitos e obrigações do que defender que a responsabilidade por sua vida é sua e que ninguém lhe deve nada e você não deve nada a ninguém.
Para ir afundo nos estudos das liberdades é necessário muitas vezes ir além da página 2, entender o que está por trás de uma proposta e seus efeitos práticos. Se aquela situação em um primeiro momento soa bem, mas terá efeitos danosos e se de alguma forma aquilo vai fazer com que “pedaços da sua liberdade” sejam vendidos.
Para ficar em um só exemplo temos a proposta do piso nacional da enfermagem. Em uma primeira leitura, seria ótimo essa profissão tão bonita ser mais valorizada com ganhos maiores. Mas tem um pequeno detalhe, dinheiro não nasce em árvore! Ao estabelecer um piso para a categoria, automaticamente você os joga para a informalidade e aumenta consideravelmente o desemprego para esses profissionais, pois os hospitais e clínicas que os empregam aumentarão do dia para noite seu custo e a consequência natural é uma demissão em massa.
A liberdade não está em perigo apenas no campo político e profissional, mas também nas relações pessoais. Qual o tipo de relacionamento que você nutre com as pessoas mais próximas? É uma relação de dependência – você dependendo ou fazendo que alguém dependa de você ou uma relação leve? onde ninguém tem que “pisar em ovos” para conviver. Será mesmo que você é o responsável direto por suas decisões?
Viver uma vida pautada nos conceitos de liberdade, assumindo a responsabilidade por tudo que lhe acontece realmente é muito mais desafiador, mas a recompensa também é muito maior de não colocar sua liberdade a venda por preço nenhum!
Humberto Junior é advogado com atuação em direito sucessório, especialista em direito Constitucional, Pós-graduado em Direito Empresarial pela FGV e associado honorário do Instituto Mais Líderes.