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Fase em que andava desatenta, inconsciente de quem era, do que queria, dos seus desejos.
Por: Janine Bastos em 29 de março de 2021
Ela fechou os olhos para sentir e se lembrar de uma fase onde pouco ou nada sabia da vida.
Fase em que andava desatenta, inconsciente de quem era, do que queria, dos seus desejos.
Acostumada a obediências, foi preciso muito tempo para se dar conta que tinha voz e a propósito era importante saber usar.
Tinha inteligência, uma sutil desconfiança que depois de muitos anos sendo surpreendida por tudo que o outro é capaz de fazer e que ela sequer imaginava ser possível, resolveu se aliar a desconfiança e deixar de ser boba, é que naquele tempo percebeu que ser boa com quem não estava sendo com ela era ser boba. E de fato foi boba pelo tempo necessário pra deixar de ser, mas antes foi preciso se conhecer.
Bom, voltando pra aquele tempo que ela andava desatenta sem rumo e sem querer, quisera ela voltar lá atrás, porém agora com a sagacidade e confiança em si que só conquistou suada e trabalhosamente anos depois.
Ela respirou fundo, abriu os olhos e percebeu não ser possível voltar atrás no tempo, mas que sim era possível construir um futuro através do presente com a consciência de si que o passado lhe presenteou.
E que esse futuro a ser construído com o presente pode trazer ótimas surpresas, dessas que a vida só dá a quem se permite viver, é, pois, muitas vezes apenas sobrevivemos, sejam nos negócios que fazemos, nas relações de fachadas que construímos, a vida em abundância nos clama por mais verdade, por mais autenticidade.
Ser autêntico, não tem a ver com aparecer, falar alto, tem a ver com se conhecer e poder caminhar na contra mão, se preciso for.
Dizer não a algumas imposições e ter a coragem de com isso dizer sim a você mesmo, a suas percepções, vontades, desejos.
Desfazer a nó da mordaça que te impedia de falar, de colocar sua voz no mundo e nas relações que constrói, colocando a sua digital, o seu toque a sua vontade, não pelo ego ou autoritarismo, mas pela alegria genuína de poder dizer sim a vida que pulsa em seu interior.
Não viaja não que isso não é poesia, patético ou lúdico.
É a vida nos convidando diariamente não a penas a sobreviver e sim a se permitir viver, tem uma diferença grande entre as duas coisas e você, o que está se permitindo fazer?
Afrouxa esse cinto, desabotoa a camisa, põem os pés descalços no chão e se ocupa de sentir esse presente chamado viver.