Artigo

Setembro

Setembro é um mês diferente. Inicia a primavera. Lembra as flores. Incentiva nossa relação com a natureza, com as pessoas e com as artes.

Por: Sergio Damião em 14 de setembro de 2020

Setembro é um mês diferente. Inicia a primavera. Lembra as flores. Incentiva nossa relação com a natureza, com as pessoas e com as artes. Incentiva a cultura, a observação de nuances da vida e de suas belezas. Mês de lembrar a pintura do florentino Sandro Botticelli e o nascimento de Vênus. Em Cachoeiro, mês de ipês, flamboyants e acácias. Coisas subjetivas que nos leva a pensar na vida. Por outro lado, enquanto a vacina não chega para o controle da pandemia pelo novo coronavírus – Covid -19, aumentamos ansiedades e angústias no isolamento social. Doenças mentais e psicológicas a serem informadas em Campanhas pelo Brasil afora: Prevenção do Suicídio (Setembro Amarelo – evitar a morte). Também: Setembro Verde (Campanha para Doação de Órgãos e Tecidos – doar vida). Além das Campanhas para se evitar as mortes e pela doação de vidas (órgãos sólidos: rim, coração, pulmão, fígado; tecidos: córneas e células: doação de sangue); Setembro incentiva a leitura. Busco crônicas e contos. O conto difere da crônica pelo fato de contarmos algo mais minucioso e de uma aparente maior complexidade. Ele nos transforma, apresenta um novo mundo, modifica ideia. Nunca ficamos indiferentes. É o meu gênero literário preferido. A crônica permanece fiel aos fatos, preocupa-se com as coisas presentes, apesar de buscarmos a todo o momento as nossas reminiscências, o presente se mistura às coisas vividas. A crônica não se preocupa com o futuro. Recusa a ficção. Na crônica nos expomos e nos apresentamos como realmente somos. Muitas vezes, surpreendemos leitores e aqueles com quem convivemos. Afinal somos atores em nossas próprias vidas. Em nossa região em breve florescerá o Flamboyant e a Acácia: um colorido novo aparecerá. Setembro, em Cachoeiro, o dia começa mais cedo. A claridade dos raios solares e o vermelhão do nascer do dia iluminam o Itabira e o Frade e a Freira. Bem cedo, o sol se assanha sobre pedras e morros da nossa cidade. Da Praça dos Macacos observo a Castanheira e suas folhas alaranjadas e vermelhas. As folhas esparramam-se pelo chão. Beleza rara para um ano tão difícil. Beleza suficiente para substituir a fantasia do conto e se entender com a realidade da crônica e com as coisas do setembro cachoeirense.