Crônicas
Testamentos
Lembrando que o fim é inevitável, morreremos todos, as vaidades podem ser desprezadas. Sendo assim, há necessidade dos testamentos: Vital e de Bens pessoais.
Por: Sergio Damião em 13 de maio de 2024
“Vivemos como se nunca fossemos morrer e morremos como se nunca tivéssemos vivido.” Lembrando que o fim é inevitável, morreremos todos, as vaidades podem ser desprezadas. Sendo assim, há necessidade dos testamentos: Vital e de Bens pessoais. O testamento Vital é aquele que realizamos no pleno gozo das nossas faculdades mentais, com o objetivo de dispor acerca dos cuidados, tratamentos e procedimentos que desejamos quando com uma doença ameaçadora da vida e fora de possibilidades terapêuticas e de manifestar nossas vontades. Uma maneira de evitar prolongar sofrimentos e angústias nossas e de familiares. O testamento Vital é ético e previsto pelo Conselho Federal de Medicina. Realizado após diálogo entre família, médicos e o desejo da pessoa. Os Cuidados Paliativos – um ramo da medicina voltado para o Término da Vida, em crescimento devido o envelhecimento da população e as doenças crônicas degenerativas e incuráveis, é a opção para muitos dos pacientes com testamento Vital. A vida e a morte numa dimensão ampla e espiritual. A sociedade ocidental foge do assunto. Devemos comunicar aos nossos familiares nossos desejos. Se não falamos, ou escrevemos, eles nunca vão saber, ficarão inseguros, e perdidos, nesses momentos difíceis. Outro momento, caso de acidente grave, em estado de possibilidade de doação de órgãos. Nesse momento, não podemos decidir, deixo claro: Sou doador de órgãos (córnea, coração, rins, fígado…). Além do meu desejo, a família tem que confirmar a doação. Meus bens financeiros, o espólio está previsto em lei. Aqueles de valor sentimental carrego comigo diariamente, permanecem dentro do meu carro. Apesar de achar que vai demorar muitos anos para serem entregues, faço a distribuição. Deixo meu guarda-chuva que se assemelha a uma sombrinha de praia, todo verde e com a logomarca da Unimed, para os funcionários do CRE; as várias canetas Bic, adquiridas dos colegas e conhecidos desatentos nos empréstimos, deixo para a hemodiálise da Santa Casa e Evangélico de Cachoeiro; para os meus filhos Vitor e Helomar, minhas noras, Diene e Karina, e para Fabíola, minha esposa, deixo meu estetoscópio; para os peladeiros do Clube dos Médicos, minha chuteira. O meu bem mais precioso, minha bandeira do Flamengo, deixo para os meus netos, para que eles nunca se esqueçam do time do meu coração.