O Tribunal de Justiça de São Paulo decretou a falência do Grupo Itapemirim nesta quarta-feira. Em recuperação judicial desde 2016 com dívidas reconhecidas de mais de R$ 200 milhões, o grupo Itapemirim já foi a maior empresa de transporte rodoviário do país.
A empresa deve ainda mais de R$ 2 bilhões em impostos e contribuições previdenciárias.
No mesmo ato, o juiz João de Oliveira Rodrigues, da 1a Vara de Recuperação Judicial de São Paulo, também determinou a decretação da indisponibilidade dos bens do controlador Sidnei Piva de Jesus na figura da empresa Piva Consulting. O juiz viu indícios de “confusão patrimonial” entre a Piva Consulting e o grupo Itapemirim e determinou o arresto de valores existentes em contas bancárias, pelo sistema SISBAJUD.
Fundado pelo ex-pracinha da FAB Camilo Cola, o grupo Itapemirim foi vendido por 1 real para Sidnei Piva após entrar em recuperação judicial, numa operação controversa que é motivo de disputa entre as partes. Sidnei desviou recursos do grupo para comprar mansões e carros de luxo — e também para se aventurar no setor aéreo, com o lançamento da companhia aérea ITA. A companhia durou seis meses e deixou milhares de passageiros no chão às vésperas do Natal de 2021.
No mesmo ato em que decretou a falência do grupo rodoviário, o juiz Rodrigues também autorizou a celebração de um contrato da massa falida com a transportadora Suzano. Pelo contrato de 12 meses, prorrogável por igual período, a Suzano vai arrendar todas as linhas, guichês, marcas e parte dos imóveis operacionais das duas marcas do grupo: Itapemirim e Caiçara.
Fonte: O Globo