Entrevista
“Do conjunto de coisas que tenho do TOC, uma delas é a higienização, lavar as mãos, e isso, logicamente, ficou mais rigoroso.”
Cantor tem trajetória marcada por inovações no cenário pop do país e legado para várias gerações de todas as classes sociais.
Por: Redação em 19 de abril de 2021
Roberto Carlos
Como anda o estado de espírito do Rei às vésperas de completar 80 anos?
Sou o mesmo de sempre. Chegar aos 80 anos não me assusta, porque isso vem acontecendo gradativamente. O importante é que eu me sinto bem e com menos idade do que a que tenho. Sou um cara com muitos sonhos aos 80 anos.
Como pretende celebrar?
Em casa. Para evitar aglomerações, peço a vocês que também fiquem em casa. Eu estarei recebendo esses abraços, esse carinho e todo esse amor à distância, que é como deve ser feito nesse momento.
O senhor tomou a primeira dose da vacina, quando engrossou a campanha “vacina sim”. Qual foi a sensação de ser vacinado e como avalia o comportamento do atual governo diante da pandemia no Brasil?
Defendo, de verdade, a ciência. É ela que pode orientar o povo sobre o que deve ser feito e a importância da vacina. Defendo a ciência e tudo que alguém diz em nome dela. Eu me vacinei, estou mais tranquilo. Agora, estou para receber a segunda dose, mas mantenho os mesmos cuidados de sempre. Repito: a vacina é muito importante e todos devem se vacinar. Vacina sim!
Como um artista influente, o que tem vontade de dizer às pessoas neste momento?
Quero pedir que levem a sério a pandemia, que sigam rigorosamente as orientações das autoridades de saúde. Usem máscaras, lavem as mãos, usem álcool em gel, mantenham o distanciamento social o máximo possível e tomem vacina. Isso vai ajudar a acabar com esse problema.
Como tem lidado com esse período? A pandemia potencializou o seu Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC)? Em que aspectos?
Lido com total cuidado, até um pouco exagerado. Sigo todos os cuidados que devem ser tomados. Do conjunto de coisas que tenho do TOC, uma delas é a higienização, lavar as mãos, essa coisa toda, e isso, logicamente, ficou mais rigoroso. Não estou curado do TOC, não, ainda tem muita coisa… Estou tentando, estou lutando.
Do que mais sente falta durante esse isolamento? Do palco? Da plateia?
Sinto falta de tudo isso, do palco, das luzes e, principalmente, da plateia. Estar de frente pro público em contato direto com as pessoas, dos sorrisos, dos olhares, desse carinho e amor que recebo quando estou no palco. Sinto falta sim, mas isso vai passar e, daqui a pouco, a gente está de volta.
Quando poderemos assistir ao filme sobre a sua vida,dirigido por Breno Silveira?
O que o longa vai abordar?
O filme começa a ser rodado no início de 2022. Vamos contar tudo. Toda a minha vida, desde que nasci.
Em “My way”, Frank Sinatra cantava “arrependimentos, tive alguns”. E o Rei?
Me arrependo de algumas coisas que não fiz e outras poucas coisas que fiz. Mas me arrependo sim, seja como for, me arrependo.
Erasmo Carlos faz 80 anos em junho. Os dois vacinados, espera encontrá-lo para um abraço? Como anda a amizade entre vocês?
A minha amizade com Erasmo continua a mesma de sempre. Erasmo é meu grande irmão, meu parceiro em quase todas as canções que tenho feito até hoje. Mas nós respeitamos as regras de distanciamento social. Vamos nos falar por telefone com o abraço de sempre e, quando tudo isso passar, a gente vai comemorar com um outro grande abraço.
Como o Roberto Carlos de 30 anos de idade imaginaria o de 80?
Um Roberto Carlos de 30 anos com a experiência de 80.
Se tivesse 19, 20 anos hoje, que tipo de música estaria fazendo?
Estaria fazendo o mesmo tipo de música que faço hoje. “Esse cara sou eu” e “Sereia” são exemplos disso.
Tem tido inspiração para compor?
Sim. Tenho trabalhado bastante em casa compondo novas canções.