Entrevista
“A mídia off-line ainda está em alta”
Aos 36 anos de idade, acumula a experiência de ter atuado tanto na iniciativa privada, em veículos de comunicação de Cachoeiro, e no Poder Público, como assessor parlamentar e, posteriormente, comandando a comunicação das prefeituras de Cachoeiro, Presidente Kennedy e Marataízes.
Por: Redação em 6 de setembro de 2022
Filipe Rodrigues é jornalista, formado em Gestão de Marketing e pós-graduando em Comunicação e Mídia. Aos 36 anos de idade, acumula a experiência de ter atuado tanto na iniciativa privada, em veículos de comunicação de Cachoeiro, e no Poder Público, como assessor parlamentar e, posteriormente, comandando a comunicação das prefeituras de Cachoeiro, Presidente Kennedy e Marataízes. Atualmente, está à frente da agência de publicidade Mov.On.
Como você ingressou na área de comunicação?
Comecei relativamente cedo: aos 18 anos de idade tive minha primeira oportunidade como foca, que é um termo utilizado para estagiários do jornalismo, na Folha do ES. Já trabalhei também para a própria Revista Leia. Depois, fiquei alguns anos no Aqui Notícias, quando ainda era Folha Sul Capixaba e Folha do Caparaó. E, desde então, venho transitando por esse meio da comunicação no Sul do Estado.
E a ida para o Poder Público se deu como e por qual motivo?
É difícil lembrar exatamente como isso aconteceu, mas recebi o convite na época para ser assessor de vereador. E aí eu tinha que conciliar o trabalho na Câmara com o da iniciativa privada. Era puxado, mas sempre deu muito certo. Depois, fui convidado para assumir a comunicação da prefeitura de Cachoeiro. E aí foi uma grande vitrine, porque o trabalho desenvolvido em Cachoeiro aparece para praticamente todo o Estado. Depois fui para Presidente Kennedy e a última prefeitura que trabalhei foi Marataízes.
É muito diferente trabalhar no poder público e na iniciativa privada?
É diferente porque são objetivos diferentes, apesar de ambos serem voltados para a comunicação. Se fosse resumir, diria que basicamente é assim: quando você está em um jornal, você quer o furo de reportagem, quer noticiar algo que vai ter audiência e fomentar o debate em torno de temas relevantes; trazer os diversos ângulos da notícia sobre um acontecimento; em um jornal, a máxima é que jornalismo é algo que alguém não quer que seja publicado, o resto é publicidade. No Poder Público, por sua vez, você precisa dar transparência para as ações do município; precisa também prestar contas à população de como o recurso de impostos tem sido aplicado, além de divulgar as potencialidades da cidade, buscando atrair investimentos, fomentando o desenvolvimento econômico através de uma comunicação eficiente.
Ao longo de sua trajetória, as ferramentas foram mudando e comunicar, hoje, é algo mais acessível. Como você enxerga esse mercado de comunicação atualmente?
É um mercado com uma infinidade de oportunidades. O que a gente vê é que os jornais, por exemplo, estão se adaptando, porque não dá para concorrer com WhatsApp. Um acidente, um crime, enfim, quando o jornal vai noticiar, todo mundo já recebeu fotos, vídeos e informações no WhatsApp. Então, a gente percebe que os jornais estão buscando mais relevância, deixando um pouco de lado o factual e indo atrás de conteúdos mais trabalhados e que sejam efetivamente úteis para o leitor, telespectador, ouvinte, enfim. É esse mesmo o caminho: ser relevante, em meio a um turbilhão de informações, você precisa ter algo que vai fazer diferença na vida de quem está consumindo esse conteúdo. O desafio maior, acredito, é para a publicidade.
Como a publicidade lida com essas mudanças constantes na maneira de as pessoas consumirem informação e produtos?
Quem trabalha com publicidade vai se atualizando a essas mudanças. É natural. Existe muita gente vendendo milagre na internet, prometendo tornar o seu negócio lucrativo e te deixar rico de uma hora para outra. Acredito que são poucas pessoas que acreditam nessas promessas malucas. Apesar de todo brasileiro ter um pouco de marqueteiro na sua essência, é sempre bom procurar pessoas que estudaram o assunto, né?! Existem técnicas, formatos, estratégias e uma infinidade de ferramentas que quem estudou publicidade tem, que o diferencia de outras pessoas. Hoje em dia, aposta da maioria é no Instagram. Mas a publicidade vai muito além disso. Se você olhar grandes marcas, elas estão em todas as plataformas. O WhatsApp anuncia em placa na lateral de campo de futebol. O TikTok faz comercial na televisão. Olha o que a Afrodisíaca faz com outdoor e bussdoor em Cachoeiro. Então, para cada negócio existe um caminho melhor para torna-lo conhecido. A mídia off-line ainda está em alta.
TikTok, Instagram, WhatsApp, Facebook e PodCast são ferramentas importantes para as empresas?
Com certeza. Mas é preciso muito cuidado. Afinal, as pessoas estão nas redes sociais para entretenimento. Eu acho curioso que se você perguntar para qualquer pessoa se os anúncios nas redes sociais incomodam, a maioria esmagadora vai dizer que sim. Mas a mesma pessoa que reclama de anúncios nas redes sociais, às vezes, só investe nela para divulgar o seu negócio. É um contrassenso. E sobre Podcast, uma vez eu vi no Choque de Cultura, um programa de humor, o personagem falar algo engraçado: tem mais gente fazendo podcast do que ouvindo podcast. Lógico que foi uma brincadeira. Podcast está em alta também e é sempre uma oportunidade de divulgar sua marca.
O que você considera fundamental e não pode faltar para uma boa propaganda?
Olha, hoje em dia com um celular você consegue fazer muita coisa boa e ter bons resultados. Tudo depende de quanto você tem de grana para investir. No mundo ideal, para mim, o que não pode faltar é uma boa fotografia, feita com equipamentos profissionais e um bom fotógrafo. E se for o caso de vídeos, uma boa produtora, que construa um roteiro criativo, tenha uma direção anticonvencional e consiga prender a atenção de quem vai assistir. Além, é claro, de um bom profissional na área do designer para dar um visual bonito, inovador e que se destaque na hora que o material for para a rua. É muito diferente uma propaganda feita dessa maneira para as que as vezes são no improviso pelo celular. E o cliente sente isso. No subconsciente ele vai sentir, diferenciar e ser atraído pelas melhores propagandas. Mas se não dá para contratar tudo isso, vai com o que tem disponível em mãos. Não pode é deixar de anunciar a sua marca.