Cultura

Itapemirim vai receber Festival Beira-Mar de Teatro em dezembro

Esta será a primeira edição de um festival de teatro no município, reunindo artistas de diversas cidades do Espírito Santo e de outros estados.

Por: Redação em 28 de novembro de 2025

 

Espetáculos teatrais, contações de histórias, oficinas artísticas, debates, roda de capoeira e até uma feira de adoção de animais fazem parte das atrações do Festival Beira-Mar de Teatro, que será realizado entre os dias 18 e 21 de dezembro, em uma tenda montada em Itaoca, balneário de Itapemirim, no litoral sul do Espírito Santo. A programação é gratuita e tem produção do grupo teatral Boyásha.

Esta será a primeira edição de um festival de teatro no município, reunindo artistas de diversas cidades do Espírito Santo e de outros estados. Entre os destaques está a apresentação do Grupo Galpão, de Belo Horizonte (MG), uma das companhias mais conhecidas do País, com trajetória marcada por espetáculos exibidos no Brasil e no exterior.

Em Itaoca, o grupo mineiro apresentará “De Tempo Somos – Um Sarau do Grupo Galpão”, que reúne canções, poesia e festa em um repertório de 25 músicas — de montagens antigas a criações mais recentes — além de textos que abordam a passagem do tempo e os processos de criação artística.

Outro convidado de fora do Estado é o Circo Dux, do Rio de Janeiro, que levará ao festival o espetáculo “Mix Dux”, uma seleção de seus melhores números teatrais em mais de 18 anos de pesquisa cênica.

Entre os capixabas, o tradicional Grupo Teatral Gota, Pó e Poeira, de Guaçuí, apresenta “A Lenda de um Homem sem Nome”, sobre um homem sovina e interesseiro que esconde um passado cercado por forças sobrenaturais. Já a Imprópria Trupe, da Serra, sobe ao palco com “O Menino do Dedo Verde”, história de um garoto de oito anos que descobre possuir um polegar verde com poderes especiais.

As contações de histórias também terão espaço na programação. A Cia NÓS de Teatro, de Cachoeiro de Itapemirim, apresenta “Um Cesto de Histórias”, inspirado em lendas do folclore brasileiro. O Ato Falho Coletivo, de Vila Velha, leva ao público “Se Nós Fôssemos Peixes”, sobre um cardume que se rebela contra o “Sr. Barão” no fundo do mar.

Dois artistas solos também integram a grade: Gab Kruger, de Guarapari, apresenta “Giros”, sobre uma artista itinerante que viaja de cidade em cidade para contar suas histórias; enquanto Chris Estéticah, de Vitória, leva ao palco “Não Recomendada”, performance sobre corpos que não se enquadram nos padrões considerados “normais”.

Segundo João Paulo Stein, integrante do grupo Boyásha e diretor de produção, o festival “subverte a lógica social contemporânea ao devolver ao espaço público seu caráter legítimo de fruição e compartilhamento dos acontecimentos artísticos populares”, oferecendo atrações para públicos de todas as idades.

Debates, oficinas e capoeira

Ao final de cada apresentação, haverá um bate-papo entre artistas e espectadores. O Fórum Livre da Cultura de Itapemirim também promoverá um debate sobre políticas públicas culturais.

O evento ainda oferecerá três oficinas abertas ao público:
• Iniciação à Palhaçaria — com o Circo Dux
• Contação de Histórias — com a Cia NÓS de Teatro
• Preparação Vocal — com o grupo Boyásha

Outra atividade prevista é uma roda de capoeira e maculelê, com a Academia de Capoeira Guerreiros da Arte, organização sem fins lucrativos de Itapemirim que desenvolve ações de formação cultural e cidadã com moradores de todas as idades, incluindo pessoas com deficiência.

Homenagem ao cão Beira-Mar

O nome do festival presta homenagem ao cachorro Beira-Mar, conhecido como o “Guardião da Praia de Itaoca”. Após perder seu tutor por afogamento, o vira-lata adotou a praia como lar e se tornou querido por moradores e turistas, especialmente pelas crianças. Ele costumava nadar até o fundo do mar e sempre voltava para a mesma região, mesmo após tentativas de adoção. Beira-Mar morreu em 2023, mas deixou grande impacto na comunidade.

Durante o festival, acontecerá a Feira Beira-Mar, com arrecadação de ração para cães e gatos resgatados pela ONG Patrulha Animal – Associação de Proteção Animal de Itapemirim, que cuidou do cachorro durante sua vida. A feira também promoverá adoções responsáveis de animais resgatados no município.

Segundo o diretor artístico do festival, Murilo Iglesias, o evento cria “uma ampla rede de transferência de saberes entre artistas, técnicos e gestores, dialogando com a diversidade cultural do território sul capixaba”.

A programação completa será divulgada em breve. O Festival Beira-Mar de Teatro é realizado com recursos da Política Nacional Aldir Blanc (Pnab), por meio de edital da Secretaria de Estado da Cultura (Secult-ES), com apoio da Secretaria de Cultura de Itapemirim, da empresa Events Macchina e da ONG Patrulha Animal.