Decoração

Como a pandemia de coronavírus mudou o setor de paisagismo

A pandemia tem trazido muitas reflexões acerca do morar. Neste contexto, o paisagismo, frequentemente à sombra da arquitetura e da decoração, ganha destaque. Prova disso é o aumento na procura por casas de campo e imóveis com varanda desde o início da quarentena.

Por: Redação em 15 de setembro de 2020

A pandemia de coronavírus tem trazido muitas reflexões acerca do morar. Neste contexto, o paisagismo, frequentemente à sombra da arquitetura e da decoração, ganha destaque. Prova disso é o aumento na procura por casas de campo e imóveis com varanda desde o início da quarentena. O que antes era visto como um detalhe, um vaso de planta para trazer vida ao ambiente, hoje, é sinônimo de bem-estar e relaxamento, indispensável na criação do lar.

Durante a quarentena, as sacadas se tornaram parques, praças e praias. Aquela área que muitas vezes era subutilizada, ganhou destaque e começou a ser pensada e adaptada de forma a trazer mais conexão com o externo.

Com a falta de acesso à natureza, as varandas parecem se tornar uma espécie de conforto, especialmente a uma parcela da população entre os 26 e 40 anos – os millennials. No entanto, esse grupo não está simplesmente comprando plantas e enchendo suas casas com elas – muitas pessoas estão plantando-as. Isso provoca uma enorme revolução, que está mudando a maneira como as moradias, os bairros, os hotéis e até os locais de trabalho são projetados. Ter uma horta ou um cantinho em casa cheio de plantas é terapêutico: dá a você algo para cultivar.

Quando, finalmente, pudermos voltar às ruas, essa mudança deve se refletir nos espaços públicos e corporativos, como um incentivo a permanecer mais tempo fora de casa. Restaurantes, que antes se limitavam ao espaço interno, estão agora invadindo as calçadas com mesas e cadeiras. A arborização, por exemplo, transforma o espaço e incentiva a permanência das pessoas. Áreas subutilizadas, como estacionamentos ou terrenos abandonados, podem vir a ser explorados para convívio público e o que antes era um “jardinzinho” na entrada do prédio, pode se transformar em um verdadeiro parque.

Mas a busca por áreas abertas e verdes conjugada ao home office tem resultado também em uma reavaliação de prioridades. Essa tendência foi verificada por um aumento de até 52% na busca por casas de campo. As pessoas não precisam mais, necessariamente, viver próximas ao trabalho, o que abre um novo leque de opções de onde morar. A busca por mais qualidade de vida, muitas vezes afastada de centros urbanos, com espaços mais amplos e mais proximidade com a natureza, impactará diretamente no novo modo de viver.