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Conjunto do Convento da Penha, em Vila Velha (ES), recebe obras de manutenção

Para garantir a integridade física desse bem cultural, assim como a preservação de seus elementos arquitetônicos, os serviços de manutenção se desdobram em distintas frentes.

Por: Redação em 25 de janeiro de 2022

 

Um dos mais simbólicos monumentos capixabas, o conjunto arquitetônico e paisagístico formado pelo Outeiro, Convento e Igreja de Nossa Senhora da Penha passa por uma série de obras de manutenção. Situado em Vila Velha (ES), o complexo consiste em um dos mais reconhecidos pontos turísticos do estado, além de ser um dos primeiros santuários do Brasil. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) investe R$ 400 mil nas obras, recurso proveniente de emenda parlamentar.

Ponto de interesse histórico e devoção religiosa, o monumento atrai mais de três milhões de visitantes ao ano. Para garantir a integridade física desse bem cultural, assim como a preservação de seus elementos arquitetônicos, os serviços de manutenção se desdobram em distintas frentes. Uma delas contempla as recuperações do forro, do piso e dos sinos da capela, além de pintura interna.

Devido às obras, será necessário interromper a visitação na capela nos meses de fevereiro e março. Com seu esplendor recomposto, a capela to reabrirá em abril, quando vai integrar as celebrações da Festa da Penha, uma das datas mais importantes para visitantes e moradores que frequentam o monumento.

Outras melhorias são o projeto de instalações elétricas e o projeto de Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas (SPDA), bem como a atualização do levantamento arquitetônico. Além disso, também serão realizados trabalhos de manutenção corretiva e preventiva do sistema elétrico e automação da iluminação cênica.

Como parte do projeto, está em curso pesquisa arqueológica, iniciada neste mês de janeiro. A pesquisa busca proporcionar informações arqueológicas e históricas ainda não coletadas acerca do bem tombado e de sua contextualização local. O conhecimento gerado não ficará restrito aos pesquisadores, pois será compartilhado com os cidadãos e a sociedade de modo geral.

Duas áreas específicas foram selecionadas para a prospecção arqueológica: a ladeira dos penitentes e gruta do Frei Pedro Palácios; e o dormitório dos visitantes, popularmente conhecido como senzala. Conduzida por equipe multidisciplinar, a pesquisa envolve levantamento dos dados documentais, produção de cartilha educacional, levantamento prospectivo e atividade de socialização do conhecimento.

A previsão é que o bem cultural seja entregue em abril à população local e turistas, com serviços de manutenção totalmente concluídos.

O complexo arquitetônico e paisagístico da Penha

O Iphan, autarquia federal vinculada à Secretaria Especial da Cultura e ao Ministério do Turismo, tombou o conjunto em 1943, com a inscrição em dois Livros do Tombo do Instituto: o das Belas Artes e o Histórico.

Trata-se de um conjunto arquitetônico e paisagístico formado por igreja, convento e penhasco em cima do outeiro, junto à Baía de Vitória. Constitui uma das principais  referênciais visuais para a população capixaba, pois pode ser visto em 360° graus de diversos pontos das cidades vizinhas. Isso é viabilizado pela posição estratégica do santuário, situado sob uma montanha de 154 metros de altura e com vasta vegetação.

A história do bem cultural começa com a chegada do Frei Pedro Palácios à Capitania do Espírito Santo, em 1558. Na viagem, o religioso levou consigo o painel de Nossa Senhora das Alegrias, que permanece no local até hoje. No ano de 1562, ele construiu a Capela de São Francisco no lugar conhecido por “campinho”.

Já em 1650 foi aprovada a fundação do Convento da Penha, a partir de projeto do Padre Custódio Frei Sebastião do Espírito Santo. Data de dois anos mais tarde a construção da Casa dos Romeiros, edifício localizado em nível abaixo do templo, onde hoje se encontra a Sala dos Milagres e o Museu do Convento.

Crédito das imagens: Acervo Iphan