Crônicas

Dia dos Namorados

Revista Leia promoveu um jantar em comemoração ao Dia dos Namorados – evento romântico com música ao vivo, ambiente, cardápio, tudo da melhor qualidade.

Por: Marilene Depes em 20 de junho de 2022

A Revista Leia promoveu um jantar em comemoração ao Dia dos Namorados – evento romântico com música ao vivo, ambiente, cardápio, tudo da melhor qualidade. Convidei alguns casais que por motivos diversos se omitiram. E fomos eu e meu marido, sigo uma norma de que as datas especiais merecem ser comemoradas com algo inusitado ou diferente do que acontece no dia a dia.
Temos o hábito de sair para dançar, atendemos aos convites que recebemos, e não havia percebido até então uma grande diferença de idade, de gerações até, nos espaços que frequentamos. Sempre encontramos casais com idades compatíveis à nossa, outros mais novos ou até bem mais novos. Os mais velhos vão rareando, muitos casais amigos se separaram, refizeram a vida e muitos casamentos também foram desfeitos, infelizmente, por conta da pandemia. Surpreendo-me sempre ao revisar a lista de convidados para o Carnaval que realizo em Marataízes, a cada ano ela vai se afunilando em consequência de inúmeras relações que se extinguiram.
Um casal que se mantém junto por sessenta anos e ainda sente prazer em comemorar está se tornando raridade, como nós no evento do Dia dos Namorados, em que o público presente não havia vivido nem o nosso tempo de união. Não houve constrangimento de nossa parte, aproveitamos a noite bem organizada, como toda promoção da Leia, não nos sentimos deslocados, afinal se o evento contemplava o amor, e se nós nos amamos, muito natural que comemorássemos o que é concreto e real.
Sessenta anos juntos, passando por muitas dificuldades, doenças, tribulações, desentendimentos por diferenças pessoais, mas sempre unidos, fiéis, amando-nos acima de tudo e de todos. E tendo prazer em desfrutar do tempo que podemos estar juntos, “na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, amando-nos e respeitando-nos e sendo fiéis em todos os dias da nossa vida, até que a morte nos separe”. Muito além de palavras repetidas diante do altar, são normas de vida que, se seguidas, vão permitir que os casais jovens que comemoravam o Dia dos Namorados possam estar juntos daqui a muitos anos, como nós, com a família construída, e novamente a sós, porém nunca sozinhos, pois o amor nos completa, nos plenifica e nos encaminha para o infinito. Juntos para sempre, seja lá onde for, seja lá como for. Segundo Fabricio Carpinejar, difícil não é encontrar o amor da sua vida, difícil é mantê-lo.