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A Saúde Pública é negligenciada por governantes brasileiros e do mundo afora. Na Inglaterra, a maioria das enfermeiras que servem à Saúde Pública é portuguesa e os médicos, em sua maioria, são imigrantes.

Por: Sergio Damião em 18 de abril de 2022

A Saúde Pública é negligenciada por governantes brasileiros e do mundo afora. Na Inglaterra, a maioria das enfermeiras que servem à Saúde Pública é portuguesa e os médicos, em sua maioria, são imigrantes. Tanto que, após a alta hospitalar, onde se tratou do Coronavírus – Covid-19, Boris Johnson, Primeiro Ministro Inglês, agradeceu a esses profissionais, em gesto de aparente mudança de postura, devido o serviço ter sido menosprezado por governantes ingleses, ele incluído, nesses últimos 30 anos. Acreditei que a decretação da Calamidade Pública no Brasil, há dois anos, em consequência da pandemia do Covid-19, acordaria governos para investimentos na Saúde Pública brasileira e mundial. No Brasil, ainda esperamos um Sistema Único de Saúde de fato Universal e qualificado para os mais de 200 milhões de brasileiros. Um SUS onde a carência de leitos e outros serviços, já evidentes em páginas de jornal de anos atrás, em hospitais públicos e filantrópicos, não mais aconteçam. Um SUS onde Centros de pesquisas como Fiocruz seja ampliado e valorizado. Um SUS como porta de entrada da revolução tecnológica no nosso país. Onde os profissionais de saúde prevaleçam sobre a política. Enquanto isso… Continuamos na pandemia, resta-nos a leitura e a história. Justiniano (Imperador Romano de 527/565) em sua obsessão em reunir o Império Ocidental e Oriental, esqueceu-se do maior inimigo: a peste bubônica. Em sua escolha pela invasão de Constantinopla, atual Istambul, foi derrotado pelo inimigo invisível na primeira pandemia da Era Cristã; Catarina II da Rússia seguiu seus instintos, temendo a varíola, no séc. XVIII, ouviu os conselhos de médicos e cientistas, deixou-se inocular (uma forma de vacina) e tornou-se, em São Petersburgo, Catarina “A Grande”, por seus feitos na área da Saúde Pública; Ana Justina Ferreira Nery, entre 1864/1870, se ofereceu para servir aos “feridos de guerra”, seguiu os filhos na Guerra do Paraguai. Atendeu soldados da Tríplice Aliança (Brasil, Argentina e Uruguai), bem como Paraguaios. A primeira Escola de Enfermagem do Brasil, 1923, tem o seu nome. A trajetória de Anna Nery é similar à Florence Nightingale, que a partir da Guerra da Crimeia/Ucrânia, fundou a enfermagem moderna no séc. XIX.