Crônicas

Luto, vacina, esperança

Segundo informação jornalística, após pesquisa, essas três palavras representam o que pensa a população em relação aos anos de 2020, 21 e 22 sucessivamente.

Por: Marilene Depes em 24 de dezembro de 2021

Segundo informação jornalística, após pesquisa, essas três palavras representam o que pensa a população em relação aos anos de 2020, 21 e 22 sucessivamente. O ano de 2020 foi o do desespero, em que víamos as pessoas adoecendo, morrendo, remédios sendo usados aleatoriamente na esperança de que poderiam dar certo, uma insegurança tamanha que nos fechamos e não vislumbrávamos uma luz no fim do túnel. Assistíamos todas as palestras, informações jornalísticas, lives, entrevistas, opiniões médicas, líamos tudo que pudesse nos esclarecer, a sensação que tínhamos era de que o dia de amanhã não chegaria para nós ou para algum familiar ou amigo. Passamos um ano enclausurados, lavando às mãos, os sapatos, as maçanetas das portas, as sacolas de supermercado, as embalagens, as roupas que usávamos na rua – e só saíamos emergencialmente, álcool gel nas mãos a cada movimento, não recebemos ninguém em nossas casas e fugíamos das crianças, até dos netos amados. Não se comemorou nada, só se lamentou muito.
Em 2021 iniciamos o ano com esperança, a vacina estava chegando. Era a vacina do Butantã e começou a ser aplicada graças a estratégia do Governador Dória, apesar da forte campanha contra ela feita pelos negacionistas governamentais. Eu tomei as duas doses já no início do ano, porém continuei com as precauções, e até hoje só saio de máscara e evito aglomerações. E mantenho os mesmos cuidados no nosso residencial de idosos, a Vila Aconchego – sendo que todos já completamente vacinados após a terceira dose. Não tenho nenhuma dificuldade em aceitar as vacinas e concluo que diante do quadro de redução do vírus, só uma mente muito fechada para negar seu efeito redutor da pandemia. Termino o ano analisando que houve perdas, amigos que se recuperaram do vírus com uma série de sequelas, insegurança quanto a nos reunirmos e participarmos de festejos. Todas as confraternizações de final de ano, em que estive presente, foram restritas e sem aglomerações.
E aguardo 2022 com muita esperança, portas abertas, eventos se realizando, hospitais com taxa zero de contaminados, podendo abraçar as pessoas sem correr riscos, conviver com todas as gerações e ver a vida acontecendo. Particularmente pretendo dançar muito, ir a todos as festividades para a qual for convidada, não quero perder nem mais um dia de minha vida após esses dois anos de medo, clausura e muita dor. Quem estiver ainda preso ou atrelado, por favor, não tente me censurar, parto para o Ano Novo plena de vida e disposição. E é o que desejo a todos, esperança é a palavra que move o ano que se inicia.