Crônicas

Não entendo!

Sabem o que devem fazer para obter a saúde corporal (exercício físico regular e hábitos alimentares saudáveis), a parte que cabe a cada um, e mesmo assim, não fazem.

Por: Sergio Damião em 7 de dezembro de 2020

Não entendo comportamento e estilo de vida da maioria das pessoas. Sabem o que devem fazer para obter a saúde corporal (exercício físico regular e hábitos alimentares saudáveis), a parte que cabe a cada um, e mesmo assim, não fazem. Fico surpreso com a expressão de incredulidade estampada em face das pessoas quando informadas que as queixas corporais (dor lombar) devem-se à sua imobilidade crônica ou postura inadequada. Não entendo o motivo de tanta agressividade contra os negros do Brasil e do mundo; Não entendo como um país formado por negros e pardos, e com tanta miscigenação, pode ser tão racista e tão preconceituoso; Não entendo a violência contra as mulheres; Não entendo os abusos contra nossas crianças; Não entendo como o povo brasileiro, conhecido no mundo inteiro como um povo alegre e festeiro, o país do carnaval, manifesta tanta violência; Não entendo como o Brasil pode ter tanta desigualdade social; Não entendo como o Brasil, um país cristão, pode permitir tanta miséria por ruas e avenidas; Não entendo como os seres humanos podem guardar tanto ódio dentro de si; Não entendo… Não entendo como o Flamengo pode ser tão inconstante e nos causar sofrimentos e alegrias alternantes. Não entendo como descuidamos tanto do nosso patrimônio (Petrobras). Não entendo a cara de pau dos nossos governantes e parlamentares com o uso indevido das coisas públicas. Entendo, menos ainda, nossas cidades, incentivam venda de carros para ruas intransitáveis e expulsando seus donos: o ser humano. Esse ser confuso e indiferente às coisas coletivas; sua melancolia em dias de luz intensa e insatisfação com as coisas que possui. Não entendo o desejo suicida dos jovens, sua busca pelas drogas. Sua aventura em alta velocidade e os acidentes graves de carros e motos. Não entendo muitas coisas da vida: o tempo, com os anos vividos, nos diz as necessidades. A ausência da doença física, isoladamente, não nos oferece a saúde, não nos completa. Preciso de uma cidade que me permita abandonar o carro, caminhar pelo prazer ou para o trabalho, calçadas seguras, espaços para correr pelo lazer, usar transportes coletivos. Espaços culturais para harmonia do corpo e a mente. Coisas que já pago, que até hoje não chegaram.