Crônicas

Preconceito X Liberdade

Entre as boas coisas que a vida pode nos conceder é a possibilidade de deixar num local distante do passado qualquer tipo de preconceito incutido pela cultura, família, religião e outros mais.

Por: Marilene Depes em 7 de março de 2023

Entre as boas coisas que a vida pode nos conceder é a possibilidade de deixar num local distante do passado qualquer tipo de preconceito incutido pela cultura, família, religião e outros mais. E entender o quanto o preconceito se choca com o cristianismo e com os direitos humanos, e com os princípios de liberdade que esses direitos possibilitam vivenciar, e, acima de tudo, o respeito as escolhas de cada um.
Qualquer tipo de preconceito é humanamente e politicamente incorreto, é ultrapassado, não se ajusta aos novos tempos e remete à um passado que deixou marcas tristes na história. Hoje vemos com alegria a miscigenação das raças, dos costumes, dos gêneros, e esperamos que seja uma realidade normatizada no futuro, após a passagem de uma geração com resquícios que cheiram mofo.
O poeta bem disse que o amor não tem cor, o amor não tem idade, o amor não tem raça e nem religião, acrescentando que não tem sexo definido, e é em referência ao amor que o preconceito fala mais alto. Às vezes ele é escancarado, às vezes sutil e aparece acobertado por piadas que envolvem questões além do gênero como de cor e raça, que são de tremendo mal gosto.
E quem imagina controlar o mundo não controla ninguém. E, baseado na própria convicção, ainda comete à atrocidade de julgar em nome de Deus, cujo amor é infinito. E tenta manipular os outros, desviando o foco de si mesmo, por não se ter dado a possibilidade de viver livremente a própria natureza. Usando um termo chulo, o enrustido acusa por inveja do que não se permitiu viver.
Felizes os jovens de hoje, que possuem liberdade para expor seus pensamentos, que podem fazer suas escolhas, que podem questionar e desaprovar o que lhes é imposto pela educação, cultura e religião fundamentalistas. E que podem buscar a felicidade, cuja liberdade de escolha é sempre digna e louvável.
E o papel da família, neste mundo conturbado de hoje, é acolher e deixar explícito que, em seus braços cabem brancos, pretos, héteros, gays, lésbicas, LGBT+, estrangeiros, ricos, pobres, cultos, incultos, entre outros. A Humanidade é formada por pessoas em todos seus matizes, o que a torna tão humana. Somente a universalização do amor possibilita um mundo de paz. E quem já usufrui de paz não julga, não perturba e nem tenta interferir nas escolhas alheias. Braços abertos repletos de amor: eis a arma capaz de transformar o mundo!