Cultura
Sala Levino Fanzeres reabre exposição das bordadeiras de Burarama
Até o dia 28 deste mês, mais de 50 trabalhos manuais do grupo estarão à mostra no espaço, que funciona de segunda a sexta, das 9h às 18h. A entrada é gratuita.
Por: Redação em 4 de fevereiro de 2020
Atingida pela enchente em Cachoeiro, no último dia 25, a Sala Levino Fanzeres, no Palácio Bernardino Monteiro, voltou a abrir as portas ao público nesta terça-feira (4), retomando a exposição “Memórias das Meninas Bordadeiras de Burarama”.
Até o dia 28 deste mês, mais de 50 trabalhos manuais do grupo estarão à mostra no espaço, que funciona de segunda a sexta, das 9h às 18h. A entrada é gratuita.
O coletivo das Meninas Bordadeiras de Burarama começou suas atividades em 1973, oferecendo aulas de bordado na região – um trabalho manual tradicional do distrito. Desde então, o espaço de encontro não apenas ensinou a arte a novas gerações, mas também deu voz à comunidade, que expressa suas memórias individuais e coletivas por meio dos pontos coloridos.
Os trabalhos representam um pouco da vida dos autores – as paisagens características do lugar, trechos de músicas de Roberto Carlos que marcaram a vida de cada um, as árvores preferidas da infância, pedaços do dia a dia da comunidade, entre diversos outros que são fruto das vivências individuais e do sentimento que cada um nutre pela comunidade.
Em 2015, a atuação do grupo permitiu seu reconhecimento como Ponto de Memória pela Secretaria de Estado de Cultura do Espírito Santo, tendo em vista o processo de construção coletiva da memória social de Burarama, por meio dos bordados. Hoje, mais de 30 pessoas contribuem com o trabalho.
Além de mulheres do distrito, homens, crianças e moradores do entorno também participam das atividades do grupo, que acontecem ao lado da igreja católica local. As aulas e a participação são inteiramente gratuitos, mas, mais do que aprender, a bordadeira Ana Lucia Fagundes de Assis acredita que o espaço seja um lugar de convivência e resgate dessa memória. “É muito bacana. Aqui, nesses bordados expostos, há muita história de vida, de pessoas da comunidade”, conta.
“Estivemos na Sala Levino Fanzeres antes da enchente chegar e conseguimos salvar todas as peças das Meninas Bordadeiras. Ficamos muito contentes de retomar as atividades nesse centro cultural com essa belíssima exposição. É um momento difícil, de recuperação, mas a cultura continua viva em Cachoeiro”, destaca a secretária municipal de Cultura e Turismo, Fernanda Martins.
Prestigie!
Memórias das Meninas Bordadeiras de Burarama
Até 28 de fevereiro
Sala de Artes Levino Fanzeres, Bernardino Monteiro, Centro.
Segunda a sexta, das 9h às 18h.
Entrada franca