Crônicas

Biguás, Lambaris, Garças…

Os conhecedores do Itapemirim, torneiros mecânicos e outros, quando longe da oficina e da mecânica pesada, procuram o rio em sua parte mais serelepe.

Por: Sergio Damião em 17 de outubro de 2023

Os conhecedores do Itapemirim, torneiros mecânicos e outros, quando longe da oficina e da mecânica pesada, procuram o rio em sua parte mais serelepe. Amantes do rio, nas horas de lazer, buscam de perto a espécie de animal silvestre símbolo cachoeirense: Biguá, Macaco Barbado, Sapo de Chifre, Coleiro, Lontra, Robalo, Paca, Chauá, Jaguatirica, Tucano de Bico Preto. Sobre o rio Itapemirim, contam: O rio melhorou nos últimos anos, as águas encontram-se mais limpas. De barco, descem até próximo à Usina Paineiras, buscam a proximidade do mar. Espontaneamente, escolhem a Garça, sem preferência entre a branca ou cinza, uma ave que faz companhia ao pescador e aguarda, de longe, pacientemente, que lhe seja oferecido o peixe. Diferente é o Biguá (mergulhão), que aumentou, em número, com a limpeza do rio, e gosta de competir com o pescador na busca do peixe, buscando preferencialmente o Viola, um peixe que se assemelha a um pequeno “cascudo”. Com tristeza, lembram-se da diminuição do Lambari (Piaba), um peixinho que anima uma boa conversa de pescadores e caçadores em mesa de bar ou de um lar. Gostam mesmo é do Robalo (peixe nobre), ele voltou às nossas águas e bem próximo ao centro da cidade. Também se apresentam em nosso rio: Tainha, Traíra, Tilápia e Grumatã. “Bicho danado” é o “Martim Pescador”. Mantém distância do rio, e das alturas, com rapidez, mergulha nas águas do rio para emergir com o pequeno peixe. O Lambari (Piaba) dos rios brasileiros, em especial do Itapemirim, anima conversas, horas depois da pescaria, fantasias do tamanho do peixe e outras histórias; Biguá, ave aquática preta e de dorso cinza, é um presente da natureza e, pede aos pescadores do Itapemirim que lembrem a todos que, quando São Pedro encaminha as chuvas, ou deixa o sol sobressair, é para a alegria de todos, independentemente da cor da pele. As Garças de cor branca, que animava as minhas tardes de fim de semana à beira do rio, diminuíram em número. No último domingo procurei por sua presença e não encontrei. Ficou um vazio. Fico com a impressão que algo está acontecendo com o passar do tempo: melancolia dos anos vividos ou a mudança climática? Prefiro crer que seja meu envelhecimento.