Comportamento

Como a pandemia nos afetou e dicas para movimentar o corpo

Sentindo alguma dor nas costas, ou não conseguindo subir escada sem ficar super ofegante? Você não está sozinha nessa. Fato é que, quase que da noite para o dia, milhões de pessoas deixaram de fazer atividades físicas e assumiram um estilo de vida sedentário.

Por: Redação em 20 de maio de 2021

 

Está se sentindo mais cansada depois de um exaustivo e longo ano em casa? Sentindo alguma dor nas costas, ou não conseguindo subir escada sem ficar super ofegante? Você não está sozinha nessa. Fato é que, quase que da noite para o dia, milhões de pessoas deixaram de fazer atividades físicas e assumiram um estilo de vida sedentário, mesmo que sem querer, por conta da pandemia.

Estamos há mais de um ano em casa e, mesmo que você não tenha o privilégio de trabalhar de casa todos os dias, ainda ficamos (ou deveríamos ficar) confinados a quatro paredes no tempo livre. Geralmente vendo uma série, lendo um livro ou fazendo o famoso nada. E passando tempo demais sentados em frente a um computador, uma TV, ou em qualquer lugar e posição que não deveríamos ficar tanto tempo. E isso fez com que nosso corpo mudasse, mesmo que de forma não visível.

Calma, “sentar não é algo ruim para nós”, fala Kathleen Jordan, médica californiana. “É o aumento no tempo que passamos sentados e a falta de exercícios que nos levaram ao sedentarismo que precisamos ficar preocupados. Um estilo de vida sedentário não nos permite que tenhamos uma vida saudável.”

Chega a ser chocante quando entendemos o quanto uma caminhada – ou a falta dela – é importante. Antigamente, andávamos para o metrô, para o carro, para a mesa de trabalho, para almoçar. Fora o tempo que gastávamos resolvendo coisas na rua, indo no shopping, encontrando amigos. “Perdemos essas caminhadas diárias. Ao invés disso, ficamos em casa, pedimos delivery e passamos o dia na frente de um computador”, afirma Kathleen. “Um estilo de vida sedentário é um fator importante para doenças de coração, derrames e diabetes.”

Mesmo que você tenha se esforçado para treinar em casa, a queda enorme nos passos que dávamos antes da pandemia tem efeitos para a saúde. “Muita gente passa a semana sentada e, no fim de semana, quer se matar de fazer exercício, mas é a totalidade e a frequência do exercício que realmente importam”, fala a clínica geral Ileana Piña.

Ou seja, se você corre por uma hora aos domingos, você não está compensando a falta de exercício, muito menos igualando à sua resistência cardíaca pré quarentena.

Um ano sentados, mudando da cadeira de trabalho, para o sofá, também gerou a epidemia chamada de “postura pandemica”. Quando ficamos curvados e nossa cabeça cai para olhar a tela ou o teclado, nós sobrecarregamos os músculos do pescoço, que podem gerar espasmos de tensão, torcicolo e até dores de cabeça, explica o ortopedista Gbolahan Okubadejo: “A postura pandemica coloca uma pressão desnecessária na coluna, causando um dano nos nervos, tensão nos músculos e fraqueza na lombar.”

E a lista continua: uma postura ruim coloca pressão nos quadris e aquela dor com sentimento de “Será que envelheci 30 anos?”. Também causa uma pressão excessiva nos músculos das costas. “Costas corcundas também levam à má circulação do sangue; isso afeta o oxigenação e a pressão sanguínea”, alerta Gbolahan. “À longo prazo, os efeitos da postura pandemica incluem possíveis artrites, problemas de circulação, fadiga, dor de cabeça e até depressão de leve a moderada.”

Mas, como para tudo há solução, existem formas de melhorar o corpo, afinal, apesar de parecer que faz muito mais, um ano de sedentarismo dificilmente causará um dano permanente, segundo os experts.

“Nosso corpo tem memória muscular. Quanto mais jovem, mais rápido seu corpo pode voltar ao que era antes da pandemia”, exalta Gbolahan.

As soluções não são tão complicadas e, assim como o sedentarismo causou tudo isso, começar a se movimentar vai te ajudar a virar o jogo. Listamos 4 dicas que podem te ajudar:

1. Fique em pé
Fácil, vai? “Quando estamos sentados, nosso peso é suportado por qualquer que seja a superfície, mas quando estamos de pé, nós que seguramos o peso do corpo”, explica Ileana. “Só de levantar, você está queimando calorias e fazendo com que seu corpo se mexa.” Tente ficar de pé no seu próximo Zoom.

2. Foque nos seus passos
“Andar é um ótimo exercício e é de graça”, brinca Ileana. Pesquisas sugerem que 7500 passos por dia diminuem o risco de mortalidade, mas você provavelmente caminhou bem menos do que isso, e está tudo bem. A médica dá a dica: “Se você deu mil passos hoje, tente dar mil e duzendo amanhã e assim sucessivamente.”
Se você se sente confortável para ir ao mercado, pare o carro longe e dê umas voltinhas pelos corredores. Pule aquele encontro no Zoom e dê uma voltinha e até programe alarmes para dar uma volta pela casa.

3. Sim, você ainda precisa malhar
Ficar em pé e andar é bem fácil — e bem importante –, mas se movimentar ainda mais também é recomendado. E não tem nada a ver com emagrecer, tá?

“Muito se fala sobre ganhar peso na pandemia, mas é importante lembrar que o peso não define nossa imagem. Devemos focar na nossa saúde e hábitos saudáveis”, afirma Kathleen.

Exercícios são importantes para a saúde física e para alcançar uma vida mais longeva. De acordo com um artigo, pessoas que malham 150 minutos por semana tem 14% menos chance de ter alguma doença de coração, afirma Kathleen. Você não precisa correr uma maratona. Malhar 10 minutos, 3 vezes ao dia, já te ajuda (e muito).

4. Faça alongamentos
O alongamento é a nossa única defesa quando o assunto é o limbo da-cadeira-pro-sofá-pra-cama que vivemos. Sabe o famoso laboral? Inclua ele na sua rotina. Alongamentos para os ombros, pescoço e quadris podem te ajudar a melhorar alguma lesão.

Alguns alongamentos rápidos são alongar o peitoral segurando nos batentes da porta, fazer uma prancha e até um afundo empurrando os quadris para frente. Você também pode movimentar os ombros para frente e para trás e ficar com as pernas abertas, na linha dos ombros, quando estiver de pé.

 

Fonte: Atividade física: como a pandemia nos afetou e dicas para movimentar o corpo – Revista Glamour | Corpo (globo.com)